Cuba entrou para a lista de países patrocinadores do terrorismo em 1982, no governo de Ronald Reagan. O Departamento de Estado dos EUA removeu a ilha caribenha da lista em 2015 sob a administração Barack Obama.
O Departamento de Estado e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, prepararam uma proposta para designar Cuba como um país patrocinador do terrorismo, afirma o jornal The New York Times. A medida complicaria os planos do futuro presidente Joe Biden de aliviar a pressão dos EUA na ilha caribenha e retomar o caminho de harmonia iniciado pela presidência de Barack Obama.
Definir um país como tal implica “apoiar repetidamente atos de terrorismo internacional”, lembra a mídia, e automaticamente desencadeia sanções norte-americanas contra esse governo. Se adicionada à lista, Cuba se juntaria a apenas três outras nações: Irã, Coreia do Norte e Síria.
A decisão viria três semanas antes de Biden ser nomeado presidente. Pompeo agora deve decidir se assinará o plano. “Uma medida que também serviria como um agradecimento aos cubano-americanos e outros latinos anticomunistas na Flórida que apoiaram fortemente Trump e seus companheiros republicanos nas eleições de novembro”, afirmou o secretário.
Na terça-feira (29), os democratas criticaram a proposta, além da “mudança de última hora na política externa” que isso significaria por parte do governo republicano. No entanto, os democratas podem retirar a ilha da lista depois que Biden tomar posse como presidente dos EUA. Embora o processo possa levar meses.
O Departamento de Estado dos EUA, todavia, já informou ao Congresso em maio que Cuba estava entre os cinco países que “não cooperaram plenamente” na luta contra o terrorismo. Entre vários motivos citados pelos funcionários do governo Trump para a inserção do país na lista, está o fato de a ilha apoiar o governo o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Cuba fazia parte da lista de países patrocinadores do terrorismo desde 1982, no governo de Ronald Reagan. O Departamento de Estado o removeu dessa lista em 2015 sob a administração Obama. Os democratas retiraram as sanções econômicas, relaxaram as restrições de viagens e comércio e reabriram uma embaixada em Havana pela primeira vez em décadas.
Reação de Havana
O chanceler cubano Bruno Rodríguez Parrilla denunciou os planos dos EUA no Twitter.
“Denuncio a manobra do secretário de Estado Pompeo para incluir Cuba em sua lista de Estados patrocinadores do terrorismo e para agradar a minoria anticubana na Flórida. EUA garantem refúgio e impunidade aos grupos terroristas que atuam contra Cuba a partir de seu território.”
Na opinião das autoridades da ilha, essas e outras medidas adotadas pela Casa Branca recentemente visam também intensificar o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Havana, estabelecido em 1962.
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