O “ataque sônico” sofrido há alguns meses por vários diplomatas americanos e canadenses em Cuba pode ter provocado danos cerebrais, informou nesta quarta-feira a emissora “CBS”, que disse ter tido acesso a relatórios médicos do caso.
Um médico americano que avaliou os diplomatas dos dois países diagnosticou “doenças graves como lesão cerebral traumática, com provável dano ao sistema nervoso central”, indicou a emissora.
Os diplomatas afirmaram que sentiram sintomas como náuseas, perda de audição, dores de cabeça e problemas de equilíbrio.
O FBI e o governo de Cuba estão investigando os incidentes ocorridos na capital cubana, que terão provocado uma “misteriosa surdez” nos diplomatas americanos em Havana. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, os ataques teriam ocorrido no final de 2016. A “CBS” e a “CNN”, no entanto, dizem que eles seguiram ocorrendo neste ano.
O governo dos Estados Unidos não detalhou a natureza das agressões, nem quis confirmar as informações da imprensa que indicam que os diplomatas foram vítimas de um “ataque acústico“.
A “CNN” informou na segunda-feira que mais de dez diplomatas americanos e seus familiares foram afetados pelo problema. Além disso, estão entre as vítimas cinco funcionários que trabalhavam na embaixada do Canadá na capital cubana.
Segundo a “CNN”, dois diplomatas que foram tratados nos EUA “sofreram danos de longo prazo, incluindo a perda auditiva como resultado dos ataques, e não puderam voltar a Cuba”. Outros decidiram deixar os cargos na ilha pelo ocorrido.
“Em alguns dos ataques, uma sofisticada arma sônica que operava fora da categoria de sons audíveis foi ativada dentro e fora das residências de diplomatas americanos que viviam em Havana e provocou sensações físicas imediatas”, indicou a “CNN”.
Outros ataques geravam um ruído alto e ensurdecedor, similar a um zumbido de um inseto ou a um metal arranhando o solo, mas as vítimas não conseguiam identificar a fonte do som.
O governo de Cuba afirmou neste mês que, após ter sido informado em fevereiro sobre os incidentes, iniciou uma “investigação cansativa, prioritária e urgente”, reforçando também as medidas de segurança dos funcionários da embaixada americana na ilha.
Apesar de os EUA não culparem, por enquanto, Cuba de realizar os ataques, o Departamento de Estado decidiu expulsar dois diplomatas cubanos da embaixada do país em Washington por considerar que Havana não cumpriu com a responsabilidade de proteger os funcionários americanos na ilha.
// EFE