Veneza decidiu reduzir o número de pessoas que transportará em suas famosas gôndolas. A decisão foi tomada por causa do excesso de peso dos turistas, que põe em risco a estabilidade dos históricos barcos de madeira, informou nesta quarta-feira (22) a associação local de gondoleiros.
O aumento do número de obesos no mundo obrigou as autoridades de Veneza a diminuir o número de passageiros autorizados a embarcar nas gôndolas, com uma redução de seis para cinco pessoas. O novo regulamento foi adotado no início de julho.
“Além do problema do peso médio por turista, é preciso lembrar que as águas dos canais estão cada vez mais agitadas devido ao aumento do tráfego de barcos a motor”, explicou Roberto Luppi, ex-presidente da Associação de Gondoleiros de Veneza.
A medida adotada pela prefeitura não tem como objetivo aumentar os lucros, mas facilitar o trabalho dos gondoleiros e suas manobras, já que eles remam de pé no elegante barco de madeira escura.
É um meio de transporte existente há séculos entre as mais de cem pequenas ilhas que compõem a cidade de Marco Polo. As chamadas gôndolas “stop”, que são maiores – um serviço público pronto para atravessar o Grande Canal -, poderão transportar 12 pessoas, enquanto anteriormente levavam 14.
Muitos turistas com sobrepeso
“Muitos turistas estão acima do peso e, se o barco estiver cheio, a água entra e pode afundar”, explica Raoul Roveratto, presidente da associação local de gondoleiros, ao jornal La Repubblica. “Navegar com mais de meia tonelada a bordo é perigoso”, acrescenta.
A prefeitura também planeja aumentar o número de licenças concedidas aos gondoleiros, de 433 para 440. De acordo com as novas disposições, a licença pode ser passada de um membro para outro da mesma família, sem que o novo titular precise fazer um exame de história e idioma. O maior requisito agora é ter quatro anos de experiência de navegação em uma gôndola familiar.
Em maio, as famosas gôndolas de Veneza reapareceram ao longo do Grande Canal para transportar principalmente os moradores locais, por causa da longa ausência de turistas devido à pandemia de coronavírus neste ano.
A cidade já havia enfrentado recentemente um grande desafio, quando no ano passado as marés atingiram níveis históricos, causando graves inundações. Apesar de ter se recuperado, o vírus atingiu fortemente o local.
// RFI