Nove membros de uma família britânica foram condenados por fraude e escravidão moderna depois de terem submetido deficientes e moradores de rua a trabalhos forçados durante mais de duas décadas.
As penas de cadeia dão um total de 80 anos. Foi esta a sentença proferida nesta terça-feira (12) a nove membros de uma família britânica que durante mais de 20 anos escravizaram pessoas vulneráveis.
Segundo o tribunal de Nottingham, a família Rooney escolheu e retirou das ruas pessoas vulneráveis que depois obrigava a trabalhar no seu negócio de renovação de pavimentos durante longos dias de trabalho.
As vítimas deixavam de viver na rua, mas passavam a habitar caravanas sem água potável ou banheiros.
As penas mais graves foram para os filhos, John e Patrick, que receberam mais de 15 anos de sentença cada um. Martin Rooney, o chefe da família, de 57 anos, foi condenado a dez anos e nove meses de cadeia.
O juiz Timothy Spencer acusou Martin de educar os filhos “em uma cultura de crime” e de tratar os trabalhadores como a “realeza medieval” tratava “os camponeses”.
A Agência Nacional do Crime britânica (NCA) alertou que os casos de escravidão moderna e tráfico de pessoas são mais comuns no Reino Unido do que se poderia pensar, estando mais de 300 investigações abertas.
No ano passado, estimava-se que houvesse 161 mil escravos modernos no Brasil.
O Índice de Escravatura Global 2016, relatório divulgado nesta terça-feira, analisa 167 países do mundo, entre eles oito dos nove de língua portuguesa – São Tomé e Príncipe não foi reportado – e conclui que atualmente existem 45,8 milhões de escravos no mundo.
Segundo o índice, a percentagem estimada de escravos modernos no Brasil é de 0,078%. De acordo com o mesmo relatório, o Brasil situa-se na 51ª posição de 167 países do ranking.
O total de casos estimados aumentou significativamente desde 2012, quando as projeções indicavam que existiam cerca de 35 milhões de pessoas sujeitas à escravidão.
Ciberia // ZAP