O grupo automobilístico Renault confirmou esta segunda-feira que recebeu uma proposição do grupo Fiat Chrysler (FCA) para negociar uma possível fusão a 50% de ambas empresas.
A construtora francesa indicou em comunicado que o seu Conselho de Administração deve reunir-se já amanhã para discutir a proposta, após o qual irão informar à imprensa sobre o balanço das conversas.
A possível fusão tinha sido anunciada este domingo pelo jornal francês “Les Échos”, que apontava a uma vontade de construir um grupo similar a um “Airbus do automóvel”: um gigante europeu que colaboraria de maneira estreita com a Nissan e a Mitsubishi, os parceiros japoneses da Renault.
Caso se consolidar a ideia -que segundo o “Les Échos” poderá não chegar a qualque lado-, os grupos produziriam cerca de 15 milhões de veículos por ano, acima da média mundial, incluindo marcas como a Renault, Fiat e Nissan mas também Alfa-Romeo, Mitsubishi, Dacia, Chrysler, Jipe e RAM, entre outras, posicionando-se como o primeiro ator em vários mercados.
O presidente da empresa, Jean-Dominique Senard, apresentou o projeto ao ministro francês de Economia, Bruno Le Maire, na sexta-feira passada. Nem o Ministério nem a Presidência se oporiam em princípio a esta operação, que permitiria a criação de um grupo europeu muito mais potente.
No entanto, a imprensa económica afirma que a família Agnelli, proprietária do grupo FCA, teria que pagar um dividendo extraordinário aos seus acionistas por antecipado para igualar o capital em bolsa de ambos grupos, pois o seu valor atual é de 18.000 milhões de euros frente aos 15.000 milhões da Renault.
Neste contexto, os Agnelli tornar-se-iam no primeiro acionista do grupo caso a fusão se confirmar, pois controlam 29% da FCA comparativamente aos 15% que o Estado francês controla da Renault.
O parceiro japonês da Renault, Nissan, não esteve incluído nas discussões até ao momento, embora a longo prazo o seu envolvimento será indispensável.