O presidente do conselho de administração da Nissan Motor Co, o franco-brasileiro Carlos Ghosn, foi detido nesta segunda-feira em Tóquio em uma investigação das autoridades do Japão por supostas irregularidades em suas finanças pessoais, informou a emissora de televisão japonesa “NHK”.
A detenção foi feita por representantes da promotoria do distrito de Tóquio, segundo a “NHK” e outros veículos de imprensa locais.
Ghosn, nascido no Brasil, descendente de libaneses e cidadão francês, também é presidente da aliança formada por Nissan, Renault e Mitsubishi Motors e foi interrogado na capital japonesa por causa de uma investigação iniciada por violações financeiras, ao supostamente declarar uma renda menor do que deveria.
A Nissan Motor Co confirmou em um comunicado oficial que Carlos Ghosn estava sendo investigado pela companhia “há vários meses”. Segundo a nota, as investigações estavam ligadas a “más condutas” de Ghosn e de outro alto executivo do grupo, Greg Kelly.
“A investigação demonstrou que, durante muitos anos, tanto Carlos Ghosn como Greg Kelly declararam valores de compensação financeira em seu relatório à Bolsa de Tóquio que eram menores que os números reais“, segundo o texto.
“Também em relação a Ghosn, foram descobertos muitos outros atos significativos de más condutas, como a utilização de bens da companhia para uso pessoal”, ações nas quais Kelly também estava supostamente envolvido, de acordo com a nota oficial.
Por causa das denúncias, a direção do grupo Nissan vai a propor ao conselho de administração que “destitua sem demora” Ghosn e Kelly de suas atuais funções.
Entretanto, as ações da Renault tiveram a maior queda do pregão desta segunda-feira na Bolsa de Paris, de 8,43%, após a prisão de Carlos Ghosn. Os títulos chegaram a despencar 14,1% durante o dia, mas recuperaram parte da forte desvalorização
// EFE