“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. A frase de Antoine de Saint-Exupéry, escrita no icônico livro “O Pequeno Príncipe”, tornou-se marcante em todo o mundo junto com o personagem principal.
Na publicação, o piloto Saint-Exupéry conta seu encontro com um pequeno príncipe de personalidade tão forte, inocente e marcante, tirando daquele adulto ranzinza os momentos de maior ternura em seu isolamento acidental no deserto.
O Pequeno Príncipe é um jovem carregado de tanto amor que o sentimento quase se torna palpável. Inspirada por isso, a fotógrafa Mari Merlim criou um ensaio peculiar e fantástico intitulado “Sou da minha infância” – frase do autor em seu livro Piloto de Guerra – e representou de maneira única o pequeno príncipe brasileiro.
Mari conta que trabalha com fotografia infantil há seis anos e, durante este tempo, a obra literária a ajudou a guiar sua essência como profissional.
“Ver o não-óbvio, valorizar a simplicidade, questionar o mundo. Tudo isso faz parte de minha profissão, o que faz desse livro uma obra muito representativa na minha vida. Saint-Exupéry disse, em sua obra “Cidadela”, ‘sua tarefa não é de prever o futuro, mas sim de o permitir.’ Este é meu sentimento sobre a jornada desse ensaio fotográfico”, conta ao Follow The Colours.
O principezinho brasileiro é o pequeno Artur. A fotógrafa disse ainda que quando procurava um protagonista, não pedia prerrequisito físico, mas sim uma criança com uma atitude libertadora.
A escolha caiu como uma luva com a personalidade do pequeno, que foi capturado usando trajes que reproduziam o personagem literário enquanto corria pelas dunas da região da Joaquina/Campeche, em Florianópolis.
De Florianópolis para a França
O impacto sentimental de seu ensaio foi tão grande, que Mari foi convidada por Monica Cristina Corrêa, tradutora de obras de Saint-Exupéry, para levar o projeto para a família do autor, na França. A fotógrafa teve a oportunidade de expor o ensaio no castelo de infância do próprio Saint-Exupéry!
“Quando ela me contou os planos de expor nosso ensaio no castelo de infância do próprio Saint-Exupéry, quase não dormi por algumas noites imaginando esse dia”, contou Mari.
“Ao chegar na pequena cidade de Saint-Maurice-de-Reméns, vimos muitos carneirinhos. E assim, pude entender um pouquinho mais da mente e da memória do autor ao escrever seu tão precioso ‘O Pequeno Príncipe’. Estar em seu quarto de infância, percorrer os jardins de todo o entorno do castelo. Tudo isso foi como estar em um sonho acordada”, completou.