Aviões sem janelas? Sim, esse pode ser o futuro da aviação, segundo o presidente da companhia aérea Emirates, que vai apostar em janelas virtuais.
A nova suíte de primeira classe do Boeing 777-300ER da Emirates tem janelas virtuais. A companhia aérea afirma que a novidade abre as portas à remoção de todas as janelas de aviões futuros, tornando-os muito mais leves, rápidos e econômicos.
Em entrevista à BBC, Tim Clark, presidente da companhia, disse acreditar que as outras companhias estão próximas de dar o mesmo passo que a Emirates. De acordo com a empresa, o avião começou a funcionar em 1º de dezembro, quando voou para Genebra e Bruxelas.
Embora o avião não tenha janelas, dentro dele elas existem. A ideia é permitir ao passageiro ver o que quiser através dessas janelas virtuais. As telas transmitem em tempo real o que acontece no exterior do avião, através do recurso a câmeras de fibra ótica que projetam imagens de fora para dentro da aeronave.
“A qualidade das imagens é muito boa, melhor do que a vista natural“, refere o responsável da companhia aérea.
Contudo, Clark quer ir ainda mais longe. No futuro, o plano passa por desenhar aviões sem janelas. “A cabine seria mais leve, o avião podia voar mais rápido e mais alto e consumir menos combustível”, explicou.
Mas se para alguns a ideia é atrativa, para outros pode ser completamente arrasadora. Graham Braithwaite, especialista em segurança de aviação, destacou à BBC que as janelas do avião são um importante elemento para os procedimentos de segurança de qualquer voo, levantando assim a primeira questão relacionada com a ideia inovadora da Emirates.
“Ser capaz de visualizar o exterior de dentro da aeronave é muito importante numa situação de emergência, especialmente quando se trata de uma evacuação. Os comissários de bordo tem um procedimento de segurança que requer a confirmação de que, por exemplo, não existe um incêndio no exterior antes de abrir uma porta e começar uma evacuação”, explicou.
Além disso, frisou, o principal obstáculo de um avião sem janelas pode ser a própria percepção dos viajantes, já que voar pode ser um pouco “claustrofóbico” e a viagem pode “causar ansiedade” em alguns passageiros.
Ciberia // ZAP