O uso de moedas virtuais como a Bitcoin é pecado “devido ao seu caráter especulativo”, determinou nesta quarta-feira (29) a Diyanet, organismo estatal correspondente ao Ministério da Religião da Turquia.
“Comprar e vender dinheiro virtual na sua fase atual não é compatível com a religião, porque seu ganho e perda de valor abre-o à especulação e porque se pode utilizar facilmente para a lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas, ao estar longe da supervisão governamental”, aponta a Diyanet.
Segundo o jornal BirGün, a classificação do uso de Bitcoin como “pecado” pela autoridade islâmica da Turquia surgiu em resposta a uma pergunta de um cidadão, que tinha se dirigido ao organismo para colocar essa dúvida.
O comunicado da Diyanet destaca que toda a unidade monetária deve contar com uma autoridade que apoie seu valor e que as moedas virtuais, ao precisarem de um organismo financeiro central que garanta seu valor, “não podem ser consideradas dinheiro”.
O comércio eletrónico e a venda de produtos através da internet são bastante populares na Turquia. Em contrapartida, embora haja sites em língua turca para a compra e venda de Bitcoin, as moedas virtuais têm uma difusão menor do que em outros países europeus.
Entretanto, independente de ter passado a constar na lista de pecados mortais da Turquia, a cotação da Bitcoin continua no céu.
Depois de, na terça-feira (28), o valor da criptomoeda ter ultrapassado pela primeira vez o marco histórico de valorização dos 10 mil dólares, nesta quarta-feira a Bitcoin deu um enorme “salto” de mil dólares, e sua cotação chegou aos 11 mil dólares. Ainda antes do fim do dia, no entanto, a valorização foi corrigida para os 10.450 dólares.
Ciberia // EFE