Astrofísicos registraram explosões em magnetar XTE J1810-197 geradoras de fluxos radioativos que podem ser capazes de atingir a Terra e causar problemas no funcionamento de espaçonaves, segundo publicação da edição Science Alert.
De acordo com a publicação, astrofísicos da Universidade de Manchester no Reino Unido e do Instituto Max Planck de Radioastronomia na Alemanha descobriram que a magnetar XTE J1810-197 quebrou o silêncio de 10 anos de ondas de rádio, o que indica a ativação de processos desconhecidos em suas profundezas.
A XTE J1810-197, que pesquisadores acreditam se formar como estrelas de nêutrons, começou a emitir ondas de rádio no dia 8 de dezembro de 2018. A observação foi realizada com a ajuda de um telescópio do Centro de Astrofísica Jodrell Bank, da Universidade de Manchester, Reino Unido.
A última emissão de rádio desta magnetar foi detectada no fim de 2008, que entrou em repouso em seguida. Vale destacar que a velocidade de rotação da estrela aumentou 2,6 vezes em 48 dias.
Além disso, os pesquisadores destacaram flutuações de radiação de 50 milissegundos, que poderiam ser causadas por “terremotos” na crosta da magnetar. J1810-197 é uma dos quatro estrelas anormais que emitem ondas de rádio. Atualmente, sabe-se da existência de 23 magnetares, que geram potente radiação. A estrela J1810-197 se encontra de 10 a 13 mil anos-luz da Terra.
Outra magnetar próxima ao Sol, SGR 1900+14, está localizada a uma distância de 20 mil anos-luz e produziu uma explosão com energia suficiente para causar ionização na atmosfera superior da Terra em 1998.
A emissão de ondas de rádio de J1810-197 foi vista pela primeira vez após uma poderosa erupção de raios X em 2003. A própria emissão de radiação começou a desaparecer em poucos anos e reapareceu em 2008. Desde a explosão, a rotação da magnetar foi diminuindo.