Várias funcionárias da instituição de caridade de Madre Teresa de Calcutá estão presas por suspeitas de que venderam ou tentaram vender bebês de mães acolhidas nos centros da organização.
As Missionárias da Caridade de Madre Teresa, uma Instituição de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, que foi fundada pela Nobel da Paz e que é gerida pelo Estado indiano, está envolvida em um escândalo que envolve a venda de crianças.
Uma mulher que trabalhava na instituição foi presa por, supostamente, ter vendido um bebê de 14 dias, noticia a BBC. Outras duas funcionárias da instituição teriam sido detidas por suspeitas semelhantes.
“Descobrimos que alguns bebês foram vendidos ilegalmente no centro”, relata uma fonte da polícia à BBC, frisando que já obtiveram “os nomes das mães dessas crianças” e que “investigam” o caso.
O processo foi iniciado por uma queixa do Comitê de Bem-Estar da Criança (Child Welfare Committee, na designação original em inglês) que tem por missão garantir a proteção dos direitos das crianças.
“Estamos, nesta altura, investigando a venda de um bebê recém-nascido a um casal em Uttar Pradesh, por 120 mil rupias (cerca de R$ 6.900)“, relata à BBC o diretor do Child Welfare Committee (CWC), Rupa Kumari.
Kumari explica que “o casal disse que o dinheiro foi para despesas hospitalares”.
O líder do CWC também refere que a organização tem conhecimento de que outros bebês foram vendidos a pessoas de várias cidades, por valores entre 50 mil e 70 mil rupias (entre R$ 2.750 e R$ 4.125).
A adoção de crianças é um processo particularmente trabalhoso na Índia, e há longas listas de espera. Assim, algumas pessoas acabam por virar-se para o “mercado negro”, na tentativa de encontrarem o filho desejado.
Cerca de uma dezena de mulheres grávidas que viviam em centros das missionárias de Madre Teresa de Calcutá foram, entretanto, realojadas em outras organizações.
A polícia também apreendeu 140 mil rupias (quase R$ 7.800) na instituição de caridade que foi fundada por Madre Teresa de Calcutá, em 1950.
Ciberia // ZAP