O jejum está, normalmente, associado à perda de peso, mas, de acordo com o japonês Yoshinori Ohsumi, Nobel da Medicina deste ano, também ajuda a rejuvenescer o nosso corpo e, assim, a aumentar a expectativa média de vida.
Yoshinori Ohsumi defende que o jejum ajuda as células a comerem umas às outras (o chamado processo de autofagia) e que isso nos renova.
A grande questão é saber como jejuar de uma forma segura e que seja benéfica para nosso corpo. Um grupo de pesquisadores brasileiros está tentando descobrir como o poderemos fazer, avança o portal Uol.
A lógica de Yoshinori Ohsumi é que a autofagia é um importante mecanismo de auto-limpeza que existe em todas as células do nosso corpo.
A redução desse mecanismo provoca a acumulação de componentes danificados, que levam à morte das células e ao desenvolvimento de doenças. Portanto, manter a autofagia ativa seria uma forma de prevenir problemas.
“A autofagia não fica ativa o tempo todo. Mas a restrição de nutrientes é uma forma de burlar isso”, disse ao Uol Luciana Gomes, pesquisadora do Laboratório de Reparo de DNA da Universidade de São Paulo.
Essa auto-limpeza no organismo é ativada quando a célula está em situações de stress, como ao fumar um cigarro, ficar algum tempo sem se alimentar ou até algo menos radical do que o jejum, como a restrição do consumo de alimentos, segundo se descobriu agora.
Para essa diferença, a redução de calorias deve variar entre 20% e 60% e ser relativa aos carboidratos e proteínas, de acordo com as pesquisas realizadas até ao momento.
O tempo da privação de nutrientes e do jejum também não deve ser muito longo, já que assim a célula começa a “comer” os componentes bons. A duração ideal é de 12 horas ou, no máximo, 24 horas.
Para resultar em pleno, o jejum terá de ser feito de forma periódica e em pessoas saudáveis. No caso da redução calórica, precisaria de ser permanente para produzir efeitos, tal como foi verificado nos testes já feitos em animais.
O resultado é um aumento de 30% da esperança média de vida.
Mas como é irreal e difícil uma redução calórica permanente, continua a busca para descobrir a indicação ideal de frequência do jejum para garantir esses benefícios.
// ZAP