Senadora eleita pela Califórnia pode se tornar a primeira mulher vice-presidente dos Estados Unidos, caso chapa democrata derrote Donald Trump em eleição de novembro.
O candidato à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (11/08) a escolha da senadora Kamala Harris como vice da chapa democrata. Em caso de vitória da dupla, ela pode se tornar a primeira mulher vice-presidente dos EUA.
“Tenho a grande honra de anunciar Kamala Harris – uma lutadora destemida pelos pequenos e uma das melhores servidores públicas do país — como minha parceira de chapa”, escreveu Biden em sua conta no Twitter.
Senadora eleita pela Califórnia, Harris, de 55 anos, inicialmente disputou com o Biden a indicação democrata à presidência. No entanto, ela acabou retirando sua pré-candidatura e apoiando o antigo adversário.
Figura de destaque do Partido Democrata, Harris é ex-procuradora e chegou a ser procuradora-geral da Califórnia. Ela é conhecida por seu estilo de questionamento agressivo no Senado e também é uma voz proeminente na luta por justiça racial e na defesa de uma reforma policial.
Em 2016, Harris se tornou a segunda mulher negra a ser eleita senadora no país. Ela é a esperança democrata para impulsionar o voto do eleitor afro-americano. Há quatro anos, o afastamento deste eleitorado contribuiu para a derrota de Hillary Clinton.
Filha de mãe indiana e pai jamaicano, Harris derrubou várias barreiras ao longo de sua carreira. Ela foi a primeira mulher nomeada como procuradora distrital de São Francisco, em 2003, e a primeira procuradora-geral da Califórnia, cargo que assumiu em 2010.
Vice-presidente nos dois mandatos do governo de Barack Obama (2009-2017), Biden já havia anunciado a intenção de escolher uma mulher para acompanhá-lo na disputa nas urnas contra o atual presidente, Donald Trump, do Partido Republicano. Além de Harris, eram cotadas para a vaga Susan Rice, ex-conselheira de Segurança Nacional, e a senadora Elizabeth Warren.
Com a agitação social causada por casos recentes de brutalidade e racismo da polícia nos EUA, Biden estava sob pressão para escolher uma mulher negra para sua chapa. O candidato precisava ainda de um nome forte para vice para conquistar eleitores em estados decisivos, como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, onde Trump ganhou por uma margem estreita em 2016.
O voto negro também é fundamental para as esperanças de Biden de vencer em estados do sul, como Geórgia e Flórida, onde Trump venceu com tranquilidade na eleição passada.