A senadora da Califórnia, Kamala Harris, é a escolha de Joe Biden para a vice-presidência dos Estados Unidos. A afro-americana, de 55 anos, que teceu duras críticas a Biden durante as primárias, acabou por ser a escolhida.
O candidato democrata à casa Branca justificou a escolha garantindo que “juntos vamos derrotar Donald Trump”. Em resposta, Kamala Harris acredita que Joe Biden pode unir o povo americano.
Hariana Verás, correspondente permanente de Angola na Casa Branca, disse à RFI que o país atravessa actualmente um período muito marcada pelo “problema racial” e que a escolha de Kamala Harris “traz de alguma forma um certo conforto à comunidade afro-americana”.
O trabalho como procuradora-geral permitiu à senadora destacar-se dentro do partido Democrata, sobretudo junto da ala progressista. A jornalista angolana refere que Joe Biden “não olhou para aquilo que foi a disputa, para a rivalidade que os dois tiveram, durante as primárias, mas sim para a competência e a qualidade que ele vê na candidata”.
Hariana Verás descreve a candidata como uma pessoa “com grande experiência em litígios e com uma grande competência em traçar políticas de ataque. Ela vai ser uma mais-valia para a corrida à Casa Branca. Foi uma jogada muito bem-feita de Joe Biden para poder derrubar Donald Trump do poder”, acrescenta.
Kamala Harris defende uma mudança nas práticas policiais e no combate ao racismo sistémico no país, posição que tomou após a morte de George Floyd. A senadora afirmou, durante os meses de campanha eleitoral, ser a pessoa certa para representar a população marginalizada americana na Casa Branca.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, reagiu com surpresa à nomeação de Kamala Harris, acusando-a de ser “a eleita mais liberal do congresso”.
A jornalista admitiu que a reacção de Trump era expectável, tendo em conta o posicionamento da senadora nos últimos tempos.
“O próprio Presidente admitiu estar surpreso por Joe Biden ter escolhido Kamala Harris. O Presidente chamou-a de falsa e radical. Ela várias vezes criticou o Presidente, inclusive (…) votou a favor da destituição de Donald Trump”, concluiu.
As eleições presidenciais nos Estados Unidos estão marcadas para 3 de Novembro, num contexto de crise sanitária.
// RFI