A mulher que filmou o assasinato de George Floyd pelo policial Derek Chauvin vai ser condecorada com um prêmio por sua coragem.
Darnella Frazier, de 17 anos, fez o registro enquanto ia com o primo de nove anos a um mercado. No caminho, ela viu a abordagem policial que imobilizava George e não hesitou em pegar o celular para gravar.
O prêmio para Darnella será concedido pela Pen America, uma instituição em defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão.
A gravação feita pela jovem foi fundamental para que os policiais envolvidos na ação fossem acusados pela morte de Floyd. Depois que o vídeo viralizou e inflamou protestos do movimento Black Lives Matter nos Estados Unidos e em todo o mundo, os agentes envolvidos foram expulsos da corporação e respondem criminalmente pelo assassinato.
“Com nada mais do que um telefone celular e pura coragem, Darnella mudou o curso da história neste país, desencadeando um movimento ousado que exige o fim do racismo e da violência sistêmica contra negros pelas mãos da polícia”, afirmou a CEO da PEN America, Suzanne Nossel, em nota oficial.
George Floyd morreu após ser abordado por policiais que o acusavam de ter usado uma nota de US$ 20 falsa no mercado. O então policial Derek Chauvin o matou sufocado ao permanecer com o joelho sobre o pescoço de Floyd por oito minutos enquanto o homem negro estava imobilizado no chão.
O vídeo de Darnella foi publicado por ela dois dias depois, em 27 de maio de 2020. “Se não fosse por mim, quatro policiais ainda teriam seus empregos, causando outros problemas. Meu vídeo foi divulgado em todo o mundo para que todos vissem e soubessem”, escreveu a jovem à época.
“Com notável firmeza, Darnella realizou o expressivo ato de dar testemunho e permitir que centenas de milhões de pessoas em todo o mundo vissem o que ela viu. Sem a presença de espírito de Darnella e prontidão para arriscar sua própria segurança e bem-estar, talvez nunca teríamos conhecido a verdade sobre o assassinato de George Floyd. Estamos orgulhosos de reconhecer sua coragem excepcional com este prêmio”, completa a presidente da organização.
Darnella Frazier vai receber o prêmio na edição anual do Pen America Gala, que, este ano, será feito de forma virtual em decorrência da pandemia do coronavírus no dia 8 de dezembro. Em anos anteriores, a Pen America já condecorou a ativista negra Anita Hill, a Marcha das Mulheres e os funcionários sobreviventes do ataque ao jornal francês Charlie Hebdo, em Paris, em 2015.
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