Os líderes de quatro grandes cidades da Europa e da América se comprometeram a proibir a circulação de carros e caminhões a diesel até meados da próxima década.
Os prefeitos de Paris, Cidade do México, Madri e Atenas dizem que estão implementando a proibição para melhorar a qualidade do ar, e vão incentivar o uso de veículos alternativos, bem como o ciclismo. As afirmações foram feitas no México em uma reunião bienal de líderes municipais.
O uso de diesel nos transportes foi objeto de estudo crescente nos últimos anos, uma vez que as preocupações com o seu impacto na qualidade do ar aumentaram. A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que cerca de três milhões de mortes por ano estão ligadas à exposição à poluição do ar.
Os motores a diesel contribuem para o problema de duas maneiras principais – através da produção de partículas (PM) e óxidos de nitrogênio (NOx). A fuligem PM pode penetrar nos pulmões e contribuir para doenças cardiovasculares e morte.
Já os óxidos de nitrogênio podem ajudar a formar ozônio no nível do solo e exacerbar dificuldades respiratórias, mesmo para pessoas sem histórico de problemas respiratórios.
À medida que a evidência cresce, os grupos ambientais tentam impor normas e regulamentos que melhorem a qualidade do ar. No Reino Unido, os ativistas recentemente tiveram sucesso em forçar o governo a agir mais rapidamente. Agora, os prefeitos de uma série de grandes cidades decidiram reprimir o uso de diesel.
Forçando a melhora
A proibição do diesel nessas capitais é extremamente significativa. Os fabricantes de veículos perceberão que é apenas uma questão de tempo até que outras cidades sigam esse exemplo. A história da fabricação de veículos mostra que as empresas que não acompanham as melhorias ambientais falham em um mercado global.
Os maiores formadores de design automotivo não são as companhias, mas sim as autoridades que fazem leis. Já existe uma corrida para melhorar carros elétricos e híbridos. Isso agora se tornará uma demanda.
Os quatro prefeitos declararam que farão tudo o que estiver ao seu alcance para incentivar o uso de veículos elétricos e híbridos.
Paris já tomou uma série de medidas para reduzir o impacto de carros e caminhões a diesel. Os veículos registrados antes de 1997 já foram proibidos de entrar na cidade, com restrições que aumentam a cada ano até 2020.
Além disso, uma vez por mês, a avenida Champs-Élysées é fechada ao trânsito, enquanto recentemente uma seção de 3 km da margem direita do rio Sena, que já foi uma autoestrada de duas faixas, se tornou uma faixa para pedestres.
A Cidade do México também está investindo em mudanças de infraestrutura urbana. “Não é segredo que na Cidade do México enfrentamos problemas com poluição do ar e tráfego”, disse o prefeito da cidade, Miguel Ángel Mancera.
“Ao expandir opções de transporte alternativas, como o Bus Rapid Transport e os sistemas de metrô, ao mesmo tempo em que investimos em infraestrutura de ciclismo, estamos trabalhando para aliviar o congestionamento de nossas rodovias e de nossos pulmões”.
Contra o aquecimento global
Muitas das medidas propostas para reduzir a poluição do ar têm a vantagem de também conter as emissões que exacerbam o aquecimento global.
“A qualidade do ar que respiramos em nossas cidades está diretamente ligada à luta contra as mudanças climáticas”, disse a prefeita de Madri, Manuela Carmena. “À medida que reduzimos as emissões de gases de efeito estufa geradas em nossas cidades, nosso ar ficará mais limpo e nossos filhos, nossos avós e nossos vizinhos serão mais saudáveis”.
Muitos dos planos delineados pelos prefeitos reunidos no México já estão tendo um impacto positivo. Em Barcelona, bicicletas publicamente disponíveis reduziram as emissões de CO2 em mais de 9.000 toneladas – o equivalente a mais de 33 milhões de quilômetros conduzidos por um veículo médio.
// HypeScience