O policial de Minneapolis que se ajoelhou sobre o pescoço de George Floyd provocando sua morte será acusado de assassinato em segundo grau. Seus três colegas também serão julgados, disse a senadora americana Amy Klobuchar, nesta quarta-feira (4).
“O procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, reforçou as acusações contra Derek Chauvin para o segundo grau no assassinato de George Floyd e também está acusando outros três policiais”, twittou Klobuchar. “Este é outro passo importante para a justiça” acrescentou a senadora. Uma acusação de assassinato em segundo grau não sugere premeditação, mas acarreta penalidades mais duras.
Protestos
A morte de Floyd, em 25 de maio – acusado de tentar comprar cigarros com uma nota falsa – provocou protestos violentos nos Estados Unidos. Os manifestantes denunciam racismo sistêmico e brutalidade policial. Floyd morreu por asfixia, quando estava imobilizado, de bruços no chão.
Os confrontos entre manifestantes e a polícia levaram as autoridades a decretar toque de recolher obrigatório em dezenas de cidades. “É algo inédito desde os motins que se seguiram à morte de Martin Luther King em 1968“, afirma Vasco Ribeiro, professor convidado no Queens College, City University of New York.
Protestos contra violência policial também na França
Os protestos atuais nos Estados Unidos relançaram o debate sobre a violência policial e racista também na França. Milhares de pessoas se reuniram na terça-feira (2) em frente ao Tribunal de Paris. Os manifestantes foram convocados pelo comitê de apoio à família de Adama Traoré, um negro de 24 anos que morreu após ser preso em 2016.
Dezoito pessoas foram detidas em Paris após o protesto que reuniu 20 mil pessoas pedindo justiça no caso.
ONU denuncia “racismo estrutural”
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos denunciou na quarta-feira o “racismo estrutural”, mas também a “agressão sem precedentes” contra jornalistas nos Estados Unidos durante os protestos contra a brutalidade policial.
“Vozes que pedem o fim dos assassinatos de afro-americanos desarmados devem ser ouvidas. Vozes que pedem o fim da violência policial devem ser ouvidas. E vozes que pedem o fim do racismo endêmico e estrutural em fúria devem ser ouvidas “, disse a alta comissária da ONU, Michelle Bachelet, em um comunicado.
// RFI