Uma equipe de oito jovens espalhados pelo mundo decidiu criar um robô que identifica o mau uso da verba pública por deputados federais.
Que o brasileiro está cansado de ver o dinheiro que emprega em impostos e mais impostos ser gasto com coisas supérfluas não é novidade. O descontentamento com o atual cenário político e com a crise que assola o Brasil já não é algo totalmente novo.
Foi pensando nisso que uma equipe de oito jovens espalhados pelo mundo decidiu criar um robô que identifica o mau uso da verba pública por deputados federais.
Chamada de Rosie, em homenagem à robô dos Jetsons, a nova detetive vem em forma de software para descobrir quando o dinheiro dos impostos foi empregado de forma suspeita por aqueles do colarinho branco.
A iniciativa tomou forma a partir de financiamento coletivo e, logo após o desenvolvimento do aplicativo, a equipe realizou 629 denúncias com mais de 200 deputados. Foram analisados 2 milhões de notas fiscais apresentadas pelos parlamentares desde 2011, em uma manobra que foi batizada de “Operação Serenata de Amor”.
Mas não pense que Rosie faz tudo sozinha. Ela fica com a parte de descobrir e obter os documentos, que logo depois passam pelo crivo de um humano. E antes de sair por aí denunciando todo mundo, o grupo envia requisições aos órgãos antes de tornar os casos públicos.
Todo o processo foi dividido por fases, sendo que a primeira delas é identificar os gastos suspeitos com refeições. No entanto, Rosie é capaz de identificar desvios em quaisquer outras áreas que envolvam recibos ou notas fiscais.
Os jovens passaram um pente fino nos documentos encontrados por Rosie no final do ano passado e descobriram várias falcatruas. Eles então decidiram enviar 40 denúncias à Câmara dos Deputados, sendo que nove foram reconhecidas como mau uso de verba pública.
O número parece baixo, mas Rosie (e os desenvolvedores, claro) merece todo o mérito, pois está no caminho certo.
Agora, a equipe de desenvolvedores procura aperfeiçoar o software para que ele seja capaz de coibir novas situações semelhantes, informando aos parlamentares que seus reembolsos estão sendo monitorados.
// Canaltech