O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal, decretou nesta terça-feira (6) a prisão preventiva da advogada Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, preso no Complexo de Bangu desde o dia 17 de novembro.
Sérgio Cabral detido
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8 março, 2017 Sérgio Cabral briga na prisão
A determinação foi cumprida por agentes da Polícia Federal, que chegaram ao apartamento onde Adriana morava com Cabral, no Leblon, por volta das 15h53. O local logo ficou tomado de curiosos.
De acordo com a Procuradoria, Adriana Ancelmo seria uma das principais responsáveis por ocultar através de seu escritório de advocacia recursos que Sérgio Cabral recebeu de forma indevida pelas obras referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Favelas, Arco Metropolitano e Maracanã.
Adriana Anselmo foi presa 19 dias depois de o ex-governador Sérgio Cabral, ter sido detido pela Polícia Federal no Rio de Janeiro.
As investigações apontam que o grupo do peemedebista teria desviado 224 milhões de reais de contratos públicos do estado do Rio com empreiteiras como Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia e Delta, cujos executivos delataram o esquema.
Além do ex-governador do Rio e sua mulher, a Polícia Federal indiciou outros 14 acusados de corrupção.
A Calicute foi deflagrada no dia 17 de novembro, por um núcleo da Operação Lava-Jato no Rio. A operação se baseou em delações premiadas da empreiteira Andrade Gutierrez, do ex-dono da Delta Engenharia Fernando Cavendish, e da Carioca Engenharia.
Segundo a Veja, concessionárias de serviços públicos contrataram a peso de ouro o escritório de Riqueza, apelido pelo qual Cabral chama a esposa.
São os casos do Metrô Rio, que repassou 1,9 milhão de reais ao escritório, a CEG, que desembolsou 865.653 reais, a Oi/Telemar, que pagou 10,5 milhões de reais, e a Light, que fez pagamentos de 3,5 milhões de reais ao escritório Coelho & Ancelmo Advogados.
A receita do escritório de Adriana chegou a 73,1 milhões de reais (um salto de 457%) entre o início e o fim das duas gestões do peemedebista no estado, entre 2007 e 2014. O lucro declarado foi de 23,2 milhões de reais.
Os investigadores do MPF também acreditam que Sérgio Cabral lavou parte dos 220 milhões de reais desviados de contratos públicos de sua administração com a compra de joias. O ex-governador era cliente assíduo de três das joalherias mais badaladas do Rio de Janeiro: H. Stern, Antônio Bernardo e Sara Joias.
// Sputnik News / Veja