A história violenta de uma jovem que foi raptada e estuprada por um grupo durante dois meses chocou o Marrocos, que pede a intervenção do rei.
O caso de Khadija foi divulgado através de uma entrevista a uma estação de televisão, em que a jovem, de apenas 17 anos, contou os dias de terror que viveu durante dois meses. A adolescente, que nunca revelou o rosto, disse que 12 homens a mantiveram presa, a estupraram repetidamente e a torturaram.
A história de Khadija chocou e indignou o país, que agora se uniu na condenação destes atos contra a jovem marroquina. Os pedidos para que o rei Mohammed VI intervenha, de modo a assegurar que os indivíduos sejam devidamente condenados, não param de aumentar. É pedida ainda assistência médica e psicológica para a jovem que viveu dois meses de autêntico terror.
Segundo o Expresso, as fotos divulgadas pela cadeia televisiva Chouf mostram o corpo de Khadija repleto de queimaduras de cigarros, cortes, hematomas e tatuagens, sendo que em uma delas se vê uma suástica. As outras são palavras e frases ofensivas.
“Durante o mês do Ramadã, eu fui passar uma semana com minha tia em Oulad Ayad”, região central do Marrocos. “Estava à porta de casa e uns homens me pegaram e me levaram para um armazém em um local desconhecido. Durante dois meses, me estupraram e me torturam. Não perdoarei nunca. Eles me destruíram”, afirmou a jovem.
Dois meses depois, o pai de Khadija conseguiu um acordo com os sequestradores, que o fizeram prometer que a jovem nunca iria contar à polícia sobre o sucedido. No entanto, a história se espalhou, motivada pela indignação do povo marroquino. Há, inclusive, uma petição que conta com mais de 25 mil assinaturas para que o rei se responsabilize pelos tratamentos da jovem.
Mas não é a única. Há também outras petições que pedem um julgamento rápido dos 12 indivíduos, e outros que pedem às autoridades mais atenção aos crimes cometidos contra as mulheres no país, aos quais não é dada relevância suficiente.
À agência France Press, Naima Ouahli, da Associação pelos Direitos Humanos, adiantou que os 12 homens foram presos e serão ouvidos em tribunal no dia 6 de setembro.
Ciberia // ZAP