Amanda Lindhout foi raptada, torturada e estuprada durante 15 meses. Agora, a canadense relata o ano de terror que viveu na Somália e revela o que a salvou.
Em agosto de 2008, a jornalista canadense Amanda Lindhout estava na Somália em reportagem com o então namorado, Nigel Brennan, um fotógrafo australiano de 36 anos. Ambos estavam a caminho de um campo de refugiados quando um grupo de indivíduos armados os raptou, exigindo 5 milhões de euros (R$ 22 milhões) para o resgate do casal.
A repórter, que na época tinha 26 anos, entrou em desespero, chegando mesmo a ponderar o suicídio. Agora, dez anos depois do dia que marcou sua vida para sempre, Amanda conta o episódio que a fez mudar de ideia.
Segundo o Correio da Manhã, cerca de dois meses antes de ser libertada, a jornalista viu um pássaro através de uma janela, que acredita ter se tratado de um mensageiro. Naquele exato momento, Amanda ganhou esperança para lutar pela vida, aguentar o “inferno” em que vivia e conseguir acordar do pesadelo.
“Aquele pássaro era um mensageiro. A vontade que tinha em acabar com a minha vida desapareceu e nunca mais voltou. E tive um sentimento maravilhoso que me deu a determinação necessária para sobreviver”, conta a jornalista ao The Mirror.
Foram muitas as tentativas da jornalista e do fotógrafo de escapar da casa onde estavam retidos. Os dois reféns se converteram ao Islã, na tentativa de que os raptores os tratassem melhor, o que não aconteceu. Além disso, Amanda e Neil tentaram fugir, mas foram capturados.
Em 2009, as famílias do casal conseguiram o dinheiro do resgate e Amanda e Neil foram ambos libertados. No entanto, o trauma da jornalista dura até hoje. Além de pesadelos, Amanda sofre de vários problemas de saúde em consequência dos maus tratos pelos quais passou.
Agora, a jornalista conta em livro a experiência que viveu no país africano.
Ali Omar Ader, um dos mentores do sequestro, acabou preso e condenado a uma pena de prisão de 15 anos, que cumpre atualmente no Canadá. Os raptores pertenciam a um grupo de radicais islâmicos ligados ao grupo terrorista Hizbul-Islam.
Ciberia // ZAP