Cerca de 75% do genoma humano consiste de componentes não funcionais, de acordo com um estudo de Dan Graur, pesquisador da Faculdade de Biologia e Bioquímica da Universidade de Houston, nos EUA.
Um novo estudo, realizado por uma equipe de cientistas liderada pelo biólogo evolucionista Dan Graur, permite ao cientista sugerir o que contraria as inevitáveis mutações dos genes no corpo humano – e explicar o que aconteceria se o DNA humano fosse 100% funcional.
O estudo de Graur, publicado este mês na Genome Biology and Evolution, é baseado no trabalho do geneticista Hermann Muller, prêmio Nobel da Medicina em 1946, que em 1960 disse que a humanidade, bem como as populações de outros organismos da Terra, se encontra em um estado delicado de equilíbrio.
O corpo humano sofre de mutações que perturbam a função reprodutiva e, ao mesmo tempo, se submete a processos evolutivos que ajudam a evitar essas mutações.
O processo, que Muller chamou de “carga de mutação“, significa que qualquer parte do nosso corpo pode se submeter a mudanças que afetam seu funcionamento. “Qualquer coisa, por exemplo, um televisor, com o tempo começa a trabalhar pior, e por fim deixa de funcionar”, explica o cientista.
A maior ameaça para os genes são as mutações. A maioria delas acontecem na parte funcional do genoma e tem um carácter pernicioso. E e então como podemos alterar estes processos?
Individualmente, não há forma eficaz de garantir menor impacto das mutações no organismo humano, mas como espécie, o Homem pode se defender. “É preciso aumentar a taxa de natalidade! É preciso dar à luz mais crianças, e aumentar a diversidade da nossa população”, diz Dan Graur, citado pela Science Daily.
“Estimei inicialmente que só uma parte do nosso genoma é funcional, e de acordo com os meus cálculos, essa parte não excede os 25%. Na realidade, seria até mais baixa, por volta de 10 ou 15%”, diz o cientista.
E isso é bom. Muito bom.
Se o genoma fosse 100% funcional, e todas as suas partes sofressem mutações, explica Graur, a quantidade de mutações perniciosas seria tão grande que o número de crianças necessário para que a população fosse relativamente estável teria que ser maior do que a quantidade de galáxias do Universo.
// ZAP