O processo de “terraformação” não é uma possibilidade viável para Marte, conclui um estudo publicado esta semana. Mesmo com a recente descoberta de um enorme lago de água líquida salgada, o Planeta Vermelho não tem as condições necessárias para se transformar em uma nova Terra.
Um estudo recente, publicado esta semana na Nature Astronomy, coloca em foco a ideia da “terraformação” em Marte, o processo hipotético que permitiria mudar as condições de um planeta de forma a torná-lo habitável para as espécies terrestres. Marte seria o candidato mais adequado para a transformação… até hoje.
Entre as possíveis teorias para “terraformar” o Planeta Vermelho está a liberação na atmosfera de gases de efeito estufa armazenados nas rochas e calotas polares, de modo a tornar a atmosfera mais densa e consequentemente o planeta mais quente, fazendo assim com que a água líquida permaneça à superfície.
Dessa forma, os cientistas concentraram suas atenções no dióxido de carbono disponível em Marte, o único gás de efeito estufa presente em quantidade suficiente para produzir um aquecimento significativo.
Para isso, os cientistas usaram dados de rovers e sondas espaciais dos últimos 20 anos, relativos ao dióxido de carbono marciano, acessível tanto na superfície do planeta como nos reservatórios subterrâneos, assim como dados relativos às contínuas emissões desse gás para o espaço.
No melhor dos cenários, informam os cientistas, o dióxido de carbono facilmente acessível “poderia apenas triplicar a pressão atmosférica de Marte” – o que equivale a um quinto da mudança necessária para fazer com que o Planeta vermelho se tornasse habitável – e aumentaria a temperatura em menos de dez graus.
Além disso, a maior parte do CO2 presente nos reservatórios não está disponível, o que faz com que o gás não possa ser facilmente liberado na atmosfera.
Todos esses fatores obrigam os autores do artigo científico a concluir que, para “terraformar” Marte através do dióxido de carbono do planeta, seria necessário recorrer a “tecnologias que estão muito além das que estão disponíveis atualmente”.
Marte é um deserto frio e quase sem ar, e parece provável que continue assim. Esse novo estudo vem transformar a hipotética colonização do Planeta Vermelho em uma ideia muito menos atraente.
Ciberia // ZAP