Emad Tammo, de 12 anos, ficou três anos detido por integrantes do Estado Islâmico (EI) em Mossul, no Iraque. Ele integra a minoria curda dos yazidi, grupo que sofria perseguição do EI.
Os yazidis praticam uma religião de mais de 4 mil anos, que reúne elementos do zoroastrismo, judaísmo, cristianismo e islã, e o EI os considera “devotos do diabo”. Por isso, em agosto de 2014, os extremistas atacaram milhares de yazidis na região do norte do Iraque.
A maior parte dos homens adultos foi assassinada. Os mais jovens, por sua vez, foram separados de suas famílias. Esse foi o caso de Emad, que acabou se tornando um soldado do grupo após uma “lavagem cerebral”. Ele chegou a ser ferido por tiros durante combates do EI.
Sua mãe e quatro irmãos chegaram a ficar presos por dois anos, mas conseguiram escapar e buscaram asilo no Canadá. Eles não tinham ideia do paradeiro de Emad.
Após a retomada de Mossul pelas forças iraquianas, Emad foi encontrado por militares e sua foto foi postada na internet. Ela foi vista pelo tio, que avisou a mãe do menino e agora cuida de Emad em uma localidade perto de Mossul.
Agora, Emad se recupera de seus ferimentos, e aguarda a oportunidade para se reunir a seus familiares no Canadá. No entanto, outros dois irmãos e o pai de Emad continuam desaparecidos.
Bastião do EI por três anos, a cidade de Mossul foi totalmente liberada em julho por forças iraquianas apoiadas por uma coalizão internacional.
Antes da ocupação extremista, mais de dois milhões de habitantes viviam na cidade, mas milhares morreram e quase um milhão ficaram desabrigados. Além disso, a cidade foi em boa parte destruída pelos confrontos.
Raqqa, na Síria, foi em parte libertada pelas forças da coalizão, mas áreas da cidade continua sob a dominação do grupo radical.
// BBC