Naquele que é um dos raríssimos casos de quimerismo humano, uma modelo norte-americana tem dois tons de pele, por ter se fundido com a irmã gêmea ainda dentro do útero.
A modelo e cantora californiana Taylor Muhl, de 33 anos, vive com uma condição extremamente rara: seu corpo é fruto de um cruzamento celular no útero da mãe com sua irmã gêmea, que não chegou a nascer.
De acordo com a definição da revista científica Nature Genetics Review, o quimerismo é uma condição fisiológica na qual a composição genética de um indivíduo é mesclada por duas ou mais linhas celulares geneticamente distintas.
Isso significa que a modelo californiana tem dois sistemas imunológicos, dois tons de pele e até dois DNAs. A condição é perfeitamente visível na região abdominal, que está dividida em duas cores distintas, com uma parte da pele aparentemente correspondente à da sua irmã gêmea.
Taylor só descobriu que tinha quimerismo quando assistiu ao documentário “Chimerism”, e percebeu imediatamente a razão por ter aquela divisão na barriga, que até então considerava ser uma marca de nascença.
A questão estética não é o maior problema de Taylor. O quimerismo muitas vezes tem reflexo direto na sua saúde. Além de ter o tronco dividido em duas cores, no lado esquerdo do seu corpo tudo é um pouco maior.
Taylor também sofre constantemente com constipações, dores de cabeça e terríveis ciclos menstruais. Durante a época das gripes, sofre duas vezes mais do que as pessoas normais, já que ambos os sistemas imunológicos ficam enfraquecidos enquanto lutam contra a gripe.
Além disso, Taylor tem alergia a alguns metais – mas apenas em metade do corpo.
Estima-se que em todo o mundo haja apenas 100 pessoas com esta condição. Geralmente, as pessoas com quimerismo passam a vida inteira sem perceber que o têm, pois a condição normalmente não se manifesta no fenótipo (a aparência da pessoa), e só é possível identificá-la através de exames ao sangue.
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