O número de vítimas mortas pelas chamas na Grécia subiu para 91 e 25 pessoas estão desaparecidas, seis dias após o incêndio florestal mais mortífero da Europa em mais de 100 anos.
A porta-voz dos bombeiros, Stavroula Malliri, revelou pela primeira vez o número de desaparecidos, após críticas crescentes às autoridades pela omissão desse dado.
Entre estes, devem figurar as 28 vítimas cujos corpos são examinados pelos médicos legistas, mas que ainda não foram identificados, disse à agência France-Presse o porta-voz da Proteção Civil, Spyros Goergiou.
De acordo com a representante dos bombeiros, neste domingo (29) foram identificadas 59 outras vítimas encontradas carbonizadas ou afogadas, quando se atiraram ao mar tentando fugir das chamas.
Entretanto, quatro feridos morreram no hospital. O balanço oficial anterior era de 88 mortos.
É ainda incerto o número de crianças entre as vítimas mortas, mas já são conhecidos os casos de duas gêmeas de nove anos, um irmão e uma irmã de 11 e 13 anos, um adolescente de 13 anos e um recém-nascido de seis meses.
Já foram identificadas quatro vítimas estrangeiras: um jovem irlandês, uma mãe e um filho poloneses, e um belga, cuja filha adolescente sobreviveu.
A controvérsia sobre a gestão da crise pelas autoridades também subiu, com a oposição de direita e centrista acusando o governo de inicialmente esconder as perdas humanas.
Os bombeiros também prosseguiram no domingo as investigações sobre as causas do incêndio, sendo que as autoridades privilegiam a tese de mão criminosa.
De acordo com o diário Kathimerini, um relatório preliminar avançava antes com a possibilidade de negligência criminosa, com um fogo aceso por um residente da área para queimar folhas e galhos.
A vila de Mati, uma estância balnear próxima de Atenas, foi assolada por um incêndio na passada segunda-feira, que, segundo uma base de dados do Centro para a Investigação sobre Epidemiologia de Desastres, em Bruxelas, foi o incêndio mais mortífero na Europa desde 1900.
A maioria das vítimas morreu devido às chamas, mas algumas pessoas perderam a vida no mar, quando tentavam fugir do fogo.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, assumiu na sexta-feira (27) “a responsabilidade política pela tragédia” dos incêndios. “Não vamos tentar escapar das nossas responsabilidades”, garantiu.
Ciberia, Lusa // ZAP