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O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi preso nesta terça-feira (20) na sequência de uma investigação sobre o financiamento da sua campanha eleitoral de 2007.
O jornal francês Le Monde informa que, neste momento, o ex-presidente francês se encontra detido e pode ficar confinado por até 48 horas, sendo o período máximo da detenção. Ao fim deste período, poderá ser apresentado aos juízes para ser formalmente acusado.
A Reuters afirma que, além de Sarkozy, também será interrogado Brice Hortefeuz, antigo ministro e aliado próximo do ex-chefe de Estado francês.
O processo judicial – no âmbito do qual Sarkozy foi agora detido – foi iniciado em 2013 e teria tido origem em um documento líbio publicado em 2012, no site Mediapart, e que revelava que o ex-chefe de Estado francês teria recebido dinheiro do antigo líder líbio Muammar Kadhafi.
Em novembro de 2016, o empresário e intermediário Ziad Takieddine afirmou ter recebido 5 milhões de euros em dinheiro entre o final de 2006 e início de 2007, de Trípoli para Paris, que entregou a Claude Géant e Nicolas Sarkozy, então ministro do Interior.
A justiça francesa recuperou também a agenda do ministro do Petróleo de Kadhafi, Choukri Ghanem, que morreu em 2012 em circunstâncias pouco claras, onde os pagamentos de dinheiro a Sarkozy eram mencionados.
Um ex-colaborador do líder líbio que estava encarregado das relações com a França, Bechir Saleh, também assegurou ao Le Monde que Kadhafi disse que “tinha financiado Sarkozy”.
Segundo o jornal francês, a prisão significa que os magistrados consideram ter provas suficientes para incriminá-lo. O diário francês revela também que é provável que as autoridades tenham recebido novos elementos de antigos dirigentes do regime de Kadhafi.
O antigo chefe de Estado já tinha tido problemas com a lei em fevereiro de 2017, quando a imprensa internacional dava conta que o ex-presidente francês seria julgado por suspeita de financiamento ilegal da sua campanha presidencial, em 2012, depois de ter ultrapassado, supostamente de forma consciente, o limite legal de despesas eleitorais, fixado então em 22,5 milhões de euros autorizados pela lei francesa.
Ciberia // ZAP