Mais pesquisa foi feita em acupuntura do que praticamente qualquer outro tipo de medicina alternativa, mas a evidência desses milhares de estudos aponta conclusivamente para o fato de que a acupuntura, na pior das hipóteses, é completamente ineficaz e, na melhor das hipóteses, não é mais eficaz do que um placebo.
Então por que as pessoas ainda acreditam tanto nessa “terapia”?
Em 2013, o farmacologista britânico David Colquhoun publicou um artigo sobre as evidências contra acupuntura na revista Anesthesia & Analgesia.
Muitas vezes, é alegado que a acupuntura é uma prática médica antiga refinada e reverenciada por milhares de anos.
Mas, embora seja de fato uma prática médica antiga, a acupuntura tem na verdade estado em declínio durante milhares de anos.
Em 1822, foi até proibida da Academia Médica Imperial por Dao Guang na China. Não foi até 1946 que foi reavivada pelo presidente Mao Zedong. Ele chegou a afirmar que, pessoalmente, não acreditava nela, mas tinha que promover a medicina chinesa.
Apesar de todos esses obstáculos, a acupuntura tem ressuscitado no século 21 em um mundo ocidental que (indiscutivelmente com razão) passou a ter medo e ficar desconfiado da medicina padrão.
Espantosamente, o benefício da acupuntura é tão pobre que, com a abundância de estudos feitos e mesmo em comparação com nenhum tratamento, suas vantagens são praticamente impossíveis de se perceber.
“Certamente, tal acúmulo de resultados negativos resultaria na retirada de qualquer tratamento convencional”, comenta David Colquhoun.
Caso você pense que os benefícios do efeito placebo são melhores do que nada, você pode ter um pouco de razão. De fato, só recentemente começamos a entender esse poderoso efeito, que funciona mesmo quando a pessoa está plenamente consciente de a intervenção é apenas um placebo.
Mas, para os especialistas em medicina moderna, a resposta simples é que todos os medicamentos envolvem um efeito placebo. Acupuntura e outras medicinas alternativas não são de alguma forma “provedoras exclusivas” desse efeito. É por isso que, segundo a comunidade médica, para um verdadeiro remédio ser aprovado ele não deve apenas ser melhor do que nada; ele deve ser mais eficaz do que um placebo.
Conclusão?
“Quase todos os testes com medicinas alternativas parecem acabar com a conclusão de que é necessária mais investigação. Depois de mais de três mil estudos, isso é duvidoso. Desde que não tenha sido possível encontrar evidências consistentes depois de mais de três mil estudos, é hora de desistir”, opina Colquhoun.