A Procuradoria do Peru anunciou essa quinta-feira (5) que chegou a um acordo com a empresa brasileira Odebrecht para obter informações sobre o pagamento de subornos entregues pela empresa a funcionários peruanos nos últimos anos.
O acordo foi confirmado pelo Ministério Público do Peru, que anunciou no Twitter que “após 11 horas de negociações com os diretores da empresa brasileira a Procuradoria conseguiu obter informações e pagamento”.
Na última segunda-feira, o órgão do Governo peruano já havia informado que procuraria um acordo para reaver dinheiro faturado pela empreiteira através de subornos, após o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ter denunciado que a Odebrecht fez pagamentos de US$ 29 milhões (R$ 93 milhões) a altos funcionários do governo peruano em troca de contratos para obras no Peru.
Segundo informações da imprensa brasileira, entre 2005 e 2014 a Odebrecht participou em mais de 40 projetos no Peru que envolveram cerca de US$ 12 bilhões (R$ 38,4 bilhões) em gastos públicos.
O Congresso do Peru confirmou nesta quarta-feira ter formado uma comissão de inquérito para investigar o possível envolvimento de funcionários do governo desse país com os crimes investigados pela operação Lava Jato.
“A Comissão de Investigadora Multipartidária da Lava Jato foi instaurada e, imediatamente, se declarou em sessão permanente”, informou a agência de notícias do Congresso peruano, El Heraldo.
O objetivo da comissão será investigar supostos casos de subornos e de propinas em contratos de obras públicas com as empresas envolvidas na operação.
Presidida por Albrecht Victor Rodriguez, da coligação fujimorista, a comissão terá 180 dias para apresentar as suas conclusões.
A nomeação de Rodriguez vem solicitando críticas de alguns membros do Congresso, já que o presidente desta nova comissão já foi investigado pela Promotoria Especial para Crimes de Corrupção de Funcionários por supostos crimes de peculato e de conluio fraudulento cometidos entre 2004 e 2005.
Além da Odebrecht, a comissão vai investigar empresas como Camargo Correa, OAS, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.
Ciberia // Sputnik News