O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, alertou que a ONU está ficando sem dinheiro e convocou os Estados-membros a pagarem o que devem o mais rápido possível.
Em carta enviada na sexta-feira (27) aos embaixadores dos países-membros da organização, António Guterres alertou: as Nações Unidas estão perto de ficar sem dinheiro. Em questão estão “atrasos no pagamento” das contribuições devidas pelos Estados à ONU, informa o jornal Público.
A situação financeira é “problemática“, admite o secretário-geral das Nações Unidas. “Nossos recursos financeiros nunca estiveram tão em baixo tão cedo”, disse Guterres.
De acordo com o diário, dos 193 países com assento na ONU, apenas 112 pagaram suas contribuições em tempo. Esse número faz com que faltem 139 milhões de dólares ao orçamento da organização. Enquanto que até o fim de junho, as contribuições somaram 1,49 bilhão de dólares, em 2017, no mesmo período, cifravam-se em 1,70 bilhão.
Assim, segundo os dados da ONU, a dívida somada e continuada dos 81 países fixa-se atualmente em 810 milhões de dólares.
Na carta, António Guterres afirma que solicitou aos Estados-membros “que pagassem suas contribuições a tempo e integralmente”, frisando que, se isso não acontecer, as operações da organização e sua própria “reputação” podem estar em risco.
Stéphane Dujarric, porta-voz de Guterres, disse em coletiva de imprensa compreender que os Estados tenham anos fiscais diferentes, mas destacou que a ONU não tem margem financeira, dependendo dessas contribuições.
O porta-voz adiantou ainda que o secretariado da ONU vai procurar formas de reduzir a despesa da organização, tentando evitar ao máximo as demissões.
Entre os países devedores estão os Estados Unidos, responsáveis por 22% do orçamento (que pagam mais tarde devido ao calendário fiscal próprio), a Argentina, a Venezuela, a Síria e a Bielorrússia. As dívidas à ONU podem ser punidas com perda de direito de voto, mas, até agora, só a Líbia foi alvo dessa sanção.
Ciberia // ZAP