Se beber, dirija – um carro autônomo

Uma das principais causas de morte no trânsito pode ser resolvida com a ajuda dos carros autônomos. Ou não.

A Comissão Nacional de Transportes da Austrália, um órgão independente, mas com ligações ao Governo do país, sugeriu que pessoas alcoolizadas ou sob a influência de drogas possam utilizar veículos autônomos sozinhas, sem que haja um motorista acompanhando.

Para a NTC, não existe diferença entre a entrada de um indivíduo nestas condições em um carro que se dirige sozinho ou um táxi pilotado por alguém. Em ambos os casos, ele não é capaz de dirigir caso exista a necessidade disso, indicando apenas o caminho a seguir e sendo levado para lá. Segundo o orgão, trata-se de uma “medida de atualização“.

Não apenas seria uma solução para os números de mortes ao volante – na Austrália, cerca de 1.300 pessoas morrem todos os anos ao dirigirem sob a influência de álcool ou drogas –, mas também o fim de um incômodo para quem trabalha ao volante.

O órgão cita pesquisas informais que indicam que uma das maiores reclamações dos motoristas de aplicativos está, justamente, ligada à presença de passageiros bêbados nos carros, seja por chamadas e indicações de endereço malfeitas ou danos causados por pessoas que passam mal.

Para lidar com isso, a organização sugere um conjunto de regras que abranjam também os veículos semiautônomos, ou seja, aqueles que ainda precisam de algum tipo de participação humana em seu funcionamento. Neste caso, a ideia é que essa categoria de carro não seja utilizada em serviços de aplicativos, com apenas os carros que efetivamente seguem sozinhos servindo aos usuários.

Além disso, a NTC deseja reduzir as responsabilidades de empresas e usuários em casos de acidentes com veículos autônomos. A ideia do órgão é que culpar as empresas em casos de mal funcionamento não seria adequado, principalmente no que toca o fomento da tecnologia, uma vez que impedimentos legais e o temor de processos e pagamentos de indenização poderiam frear a adoção dessa inovação.

A ideia, então, seria transferir essa responsabilidade para os fabricantes de veículos e desenvolvedores dos softwares de pilotagem. Dessa forma, eles seriam incentivados a criarem soluções melhores e mais seguras, tanto para o sistema de localização e funcionamento em si, mas também para maior segurança dos passageiros, principalmente aqueles que não têm condições de assumir o volante em caso de eventualidade.

A meta do NTC é apresentar uma versão revisada da legislação de trânsito da Austrália no primeiro semestre do ano que vem. Em 2016, o país já permitiu a realização de testes em seu território e a expectativa é que os primeiros veículos autônomos comerciais comecem a operar nas ruas do país em meados de 2020.

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