Os pais do bebê britânico Alfie Evans, que sofre de uma rara condição neurológica degenerativa e protagoniza uma disputa jurídica entre sua família e os médicos que o atendem, recorrerão amanhã novamente à Justiça do Reino Unido para pedir que seu tratamento seja prolongado e ele possa continuar vivo.
Tom Evans, de 21 anos, e Kate James, de 20, pedirão à Corte de Apelações do país para que impeça que sejam desligados os aparelhos de respiração artificial aos quais menino, de 1 ano e 11 meses, está ligado desde dezembro de 2016.
O casal, que vive em Liverpool, quer transferir o menino do hospital infantil Alder Hey para o centro pediátrico Bambino Gesú, em Roma, onde continuaria sob tratamento. O centro pediátrico, vinculado ao Vaticano, se ofereceu para tratar o menino. Tom e Kate alegam que já dispõem de ambulância e jato privado para levá-lo.
Em recente entrevista à imprensa britânica, o pai do bebê revelou que tentou transferir seu filho e foi impedido pela polícia, sob a advertência de que poderia ser preso se o fizesse.
Os pais de Alfie argumentam que se o menino “for para a Itália e morrer, pelo menos terá morrido como um herói, tentando sobreviver“. Por sua vez, o hospital que o atende defende que o estado semivegetativo é “irreversível” e que continuar o tratamento não é a melhor solução.
“A condição clínica de Alfie é realmente de partir o coração, mas em cada fase do processo jurídico que há de ser seguido em casos assim, os tribunais concordaram com a equipe médica que o atende e com especialistas independentes que a condição é irreversível e não pode ser tratada”, disse recentemente um porta-voz do hospital.
Em fevereiro, um tribunal britânico deu razão aos médicos ao dar sinal verde para que o hospital pudesse interromper o tratamento contra a vontade dos pais, e o tribunal de apelações confirmou a decisão em 6 de março.
Posteriormente, os pais de Alfie viram o caso ser rejeitado pelo Supremo Tribunal e pela Corte Europeia de Direitos Humanos. Na última quarta-feira, a justiça britânica detalhou um plano médico elaborado por especialistas para pôr fim à vida de Alfie, cujos detalhes não foram divulgados por motivos de privacidade.
O papa Francisco citou hoje o caso do pequeno Alfie e o do francês Vincent Lambert – de 41 anos e que está há 10 em estado vegetativo – após a oração do Regina Coeli, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Francisco pediu que seja respeitada “a dignidade” de ambos e que sejam tratados de maneira adequada a suas condições.
// EFE