O presidente da confederação das associações comerciais e empresariais do Brasil (CACB), que representa 2,3 milhões de empresas, diz que para os empresários brasileiros “a alternativa é Bolsonaro”.
“Não tenho dúvida de que, para os empresários, a alternativa será o candidato Bolsonaro. Esse é o sentimento que tenho ouvido como presidente das associações comerciais do Brasil em todos os eventos em que tenho participado e em todos os estados”, disse George Teixeira Pinheiro, à margem de uma conferência em que participou em Lisboa.
“Talvez porque os outros candidatos não souberam vender bem suas propostas”, afirmou em entrevista à agência Lusa.
Os empresários atravessaram um período difícil, com um grande número de pessoas desempregadas, com o custo real do dinheiro muito caro, juros dos mais altos do mundo e uma burocracia muito grande, bem como “excesso de fiscalização pública” e de impostos, explica, para justificar um possível voto da classe empresarial em Jair Bolsonaro. “Então precisamos mudar. E essa é a realidade“, conclui.
A reforma tributária é a prioridade para os empresários, diz, admitindo que tem sido um tema abordado em campanha por todos os candidatos que disputam o governo do Brasil. E refere que tem sido também uma das prioridades do atual governo de Michel Temer, que termina o mandato daqui a três meses.
“Não há nenhum problema se Bolsonaro ganhar. Infelizmente as alternativas que nós tínhamos em relação aos candidatos mais de centro não se realizaram e hoje temos duas coisas antagônicas, uma muito à esquerda e uma muito à direita. A população vai decidir, mas a disputa está muito grande no Brasil”, diz o representante dos empresários.
Para George Teixeira Pinheiro, o momento que o Brasil atravessa “é muito importante” e “consolida a democracia brasileira com uma disputa cerrada para a presidência da república”, porém, admite, o país “está um pouco mais dividido entre esquerda e centro direita”.
O problema, que se vive hoje, deve-se a “um longo período de um governo de esquerda, primeiro com o presidente Lula, depois com a presidente Dilma que terminou em impeachment, seguida pelo presidente Michel Temer”.
Este último, diz George, “tentou modificar algumas coisas e aprovou diversas propostas modernas, como a reforma trabalhista, mas nós precisamos mudar e aprovar uma reforma tributária e uma reforma previdenciária”.
Da parte de todos os brasileiros, garante, há, por isso, “uma expectativa muito grande, porque o Brasil precisa voltar a crescer. Estamos com um número muito grande de pessoas que não têm emprego”. Na sua opinião, o candidato da direita às eleições de 7 de outubro também não traria problemas ao Brasil em termos de relações internacionais.
Pelo contrário, Bolsonaro “está acenando com perspectivas muito melhores” nas relações com os principais intervenientes no mundo, com a Europa, os Estados Unidos, a Inglaterra e até com a Rússia e a China.
“Sinceramente, não vejo problemas a esse nível com nenhum dos candidatos, mas com Bolsonaro a expectativa, economicamente, parece ser muito melhor para os empresários brasileiros”, salienta.
“O Brasil tem vindo há muito tempo a ter acordos comerciais com os países que estão à parte do desenvolvimento. Estamos falando de alguns países da América Latina, da África, mas não com países do primeiro mundo. O Brasil patina há alguns anos para fazer o acordo do Mercosul com a Europa. Esse acordo tem de sair de imediato e esse acordo é promessa do candidato Bolsonaro”, afirma.
Nesse sentido, “a certeza política é muito importante. Tem que se ter segurança e garantias de que os negócios não mudam, que o país vai honrar seus compromissos “, acrescenta o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, uma das mais antigas organizações associativas do país com 2.300 associações.
O primeiro turno das eleições presidenciais está marcada para dia 7 de outubro, enquanto o segundo decorrerá diaa 28 deste mês.
Ciberia // ZAP
Estranho esse apoio… e enganoso, também. Bolsonaro não é a alternativa da opinião “dos empresários”, como afirma o título da matéria, mas apenas uma intuição do Presidente da CACB. E por razões mais que pessoais e discutíveis.
A mais discutível, a meu ver, é a de que Bolsonaro estaria “acenando com perspectivas muito melhores” nas relações internacionais e, por extensão, nas da Economia.
Ora, para começar, Bolsonaro é o único que nem sequer tem um plano de governo. No debate da Roda Viva chegou a responder assim para um tópico de economia: “Ah… você vem perguntar isso para um capitão do exército?!”, ao que foi rebatido com um “Não, pergunto a um candidato à presidência do Brasil”.
Por causa dessa carência de um plano e de ideias, ele procura escapar de debates e dá voz ao seu vice ou ao seu guru da Economia, o que, frequentemente, acaba saindo como tiro no pé.
Alguns empresários mais ingênuos podem realmente estar se deixando levar por promessas mal pensadas, um dos tiros no pé, como a de acabar com o 13º salário, ou o de reduzir os impostos dos muito ricos e aumentar o dos pobres, igualando em 20% o desconto para tributos.
Pode, quem está à frente de negócios, acreditar que alguém hoje teria força política para ações tão impopulares como essas, ainda mais vindo esse alguém de partido tão pequeno e sem outros expoentes carismáticos, como o PSD? É muita fé!
Vamos pensar: que força tem Bolsonaro internacionalmente, para ter essa expectativa positiva dele? Lula é que, mesmo na cadeia, continua recebendo governantes de todo o mundo. Quem o visitou enquanto esteve internado? O ator pornô Alexandre Frota, o infalível Carlos Vereza… e de internacional…
Onde está que Bolsonaro se propõe a dar continuidade ao Mercosul? Ainda recentemente ele disse que é “completamente contra” uma aproximação com o Mercosul. Que é a “escória”…(Busque no Youtube: “Bolsonaro e sua opinião sobre o Mercosul”). E onde que ele ajudaria no acordo Mercosul-União Europeia? O último encontro da EU, em Bruxelas, final de maio, trouxe apreensão a possibilidade de vitória de Bolsonaro, levantando-se a possibilidade de que isso poderia fazer naufragar um possível acordo.
Por outro lado, anteontem o Trump destacou o Brasil para dizer que somos negociadores muito “duros” e que não vai tolerar. O Bolsonaro vai “amolecer”?
Na época de Lula, ele botou o pé na estrada – ou, melhor dizendo, no céu. O tal aerolula, tão criticado, nos tirou da dependência dos EUA que, até hoje, continua em segundo lugar, entre nossos parceiros comerciais, após a China. Lula foi também um dos fundadores do BRICS, com a China, Rússia, Índia e África do Sul. Por que a organização daria mais apoio a Bolsonaro que ao partido de um de seus fundadores?
Simplesmente não há lógica nisso!
Ainda mais garantindo que vai tirar o Brasil da ONU. Se ele for eleito, ficaremos sozinhos.
Sobre a afirmação sobre as forças antagônicas “uma muito à esquerda e uma muito à direita”, até é possível encaixar o Bolsonaro. Afinal, ele já declarou ser a favor da tortura, idolatra um torturador da ditadura, a qual apoiou e não esconde que gostaria de tê-la de volta, para matar “uns 30 mil”. Enquanto o filho diverte-se sadicamente postando no Facebook imagem chocante de vítima de tortura, o pai coloca-se contra direitos a índios e a negros. Quer todo o povo armado. Não há no Brasil nenhum partido legalmente constituído tão à direita como o representado por Bolsonaro.
Já no caso de Haddad, há pelo menos o PSTU, o PCO e o PSOL, que estão bem mais à esquerda. Até o partido que se diz de “extrema direita” da Suécia está à esquerda do Haddad, o professor universitário que venceu 290 prefeitos em uma competição promovida pela Bloomberg em Nova York – ganhou 5 milhões de dólares, que repassou à Prefeitura de São Paulo. Qual é exatamente a atitude temerária que aconteceria, que pode ser associada à esquerda brasileira? O que exatamente “de esquerda” pode ser associado de negativo a 12 anos de governos petistas. Até roubos de que acusam alguns de seus membros, e que levam a acúmulo de capital, são muito mais associados ao capitalismo. Ou seja, gente de esquerda praticando coisas da direita. Mas não são princípios válidos para ela. Pior é seguir princípios errados.
Se a expectativa do presidente da CACB é a de ter “segurança e garantias de que os negócios não mudam, que o país vai honrar seus compromissos“, como ele diz textualmente, então ele deve estar mais confortável com o PT. Afinal, em 12 anos de PT nunca houve pacotes econômicos, como os dos governos que os antecederam, todos os compromissos foram honrados e o Brasil decuplicou a sua reserva em dólares – e é isso que vem garantindo, hoje, a confiança internacional, apesar da implosão econômica que o impeachment trouxe.
Roger, aparentemente, você considera a sua opinião – notoriamente petista – melhor e mais importante do que a de milhares de empresários que analisam a situação político partidária de modo imparcial.
Será que tudo isso que foi escrito demonstra a elevada capacidade organizacional, administrativa e moralizadora do governo do PT? Mesmo tendo sido interrompido (e graças a Deus que o foi!) com o exército de desempregados, economia beirando a recessão e descrédito e desânimo do setores produtivos? Mesmo depois de transformar uma dívida externa de US$ 300 bilhões numa dívida interna de US$ 3 trilhões? Mesmo que os apoiadores do Bolsonaro façam campanha voluntária devotada, gratuita e ordeira? Mesmo que muitos não bolsonaristas lhe garantam apoio? Mesmo que a enorme bancada ruralista no Congresso Nacional abandone o PSDB para apoiá-lo? Isso sem contar com outras bancadas de viés notoriamente moralizador da sociedade. Mesmo que o apoio popular ao Lula precise ser movido a gorjetas e pão com mortadela?
Está cada vez mais evidente que o Lula “botou o pé na estrada” à busca de propinas e de apoio em governos corruptos de outros países. O que o levou a declarar que o Brasil compraria o pior concorrente entre os aviões de caça sob análise? Sua capacidade de pilotar aviões movidos a álcool? O que o motivou a mandar, sem necessidade, sem oportunidade legal, sem aval técnico, a PETROBRÁS encomendar 40 sondas? E o sonho da transposição do Rio São Francisco? Os petistas já acordaram dele, enquanto os cidadãos do entorno ainda vivem no pesadelo de promessas falsas e de elevados recursos desviados?
Deixe-me fazer uma pausa, porque não gosto de perder muito tempo com conversas sem futuro e porque não quero me atrever a escrever um comentário ridiculamente mais longo do que a reportagem.
Empresários, comerciantes, são fascistas? Vão fechar sindicatos, matar os velhos para sobrar dinheiro na previdência? Armar a população como fez Chavez-Maduro e geral guerra civil? E o que ele fala…o que fez quando foi deputado, 27anos e só conseguiu aprovar 2 projetos. Preguiçoso ou raivoso?