O Parlamento britânico aprovou na noite de ontem a lei que permitirá ao país se retirar do bloco da União Europeia (UE), cumprindo o que foi decidido em plebiscito em junho do ano passado.
Com o “sim” ao projeto de lei tanto na Câmara Baixa, quanto na Câmara dos Lordes, restará a aprovação da rainha, que pode dar o sinal verde esta semana para que as negociações de saída da UE possam ser iniciadas, cumprindo o chamado Artigo 50.
Isso pode acontecer ainda na terça-feira, mas a expectativa é de que a primeira-ministra Theresa May comunique o bloco europeu sobre a retirada apenas no fim deste mês.
“O Parlamento apoiou hoje o governo em sua determinação de seguir com o processo de saída da UE”, disse o secretário responsável pelo Brexit, David Davis. “Agora nós estamos no limiar da negociação mais importante do nosso país em uma geração.”
De acordo com os veículos de imprensa ingleses, informações divulgadas pela Agência EFE, Londres deixaria passar as celebrações do 60° aniversário do Tratado de Roma, que os 27 membros restantes celebrarão na capital italiana no dia 25 deste mês, antes de iniciar a ruptura.
Um porta-voz da Downing Street, escritório oficial da primeira-ministra britânica, afirmou que o anúncio desta manhã da ministra principal da Escócia, Nicola Sturgeon, de que promoverá um segundo referendo sobre a independência da região não afetou o calendário do Brexit.
Além da Escócia demonstrar interesse em deixar o Reino Unido, o partido nacionalista Sinn Féin (Irlanda do Norte) pediu ontem a realização de um referendo sobre a reunificação da Irlanda “o mais rápido possível“, de modo a fazer frente ao impacto da futura saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
A líder da formação na Irlanda do Norte, Michelle O’Neill, afirmou que o governo de Londres “se nega a escutar” a maioria da população irlandesa, que votou contra o Brexit em junho do ano passado.
Mas em Londres, a câmara dos Comuns iniciou um debate no qual decidirá se elimina as duas emendas acrescentadas pela Câmara dos Lordes ao projeto de lei para iniciar o desligamento com a UE.
Espera-se que a maioria conservadora descarte ambos anexos, que asseguram os direitos dos cidadãos comunitários no Reino Unido após o Brexit e outorga ao parlamento um voto “significativo” sobre o futuro acordo de desligamento entre Londres e Bruxelas.
A Câmara dos Lordes pode dar o sinal verde definitivo ao projeto de lei e a partir disso o texto ficaria pronto para entrar em vigor após receber a rubrica da rainha Elizabeth II, abrindo o caminho a May para ativar em qualquer momento o artigo 50.