112 anos depois, cientistas europeus detectaram no leve desvio de uma estrela em relação à sua órbita o primeiro indício dos efeitos da Teoria da Relatividade de Einstein sobre este tipo de corpo celeste, de acordo com a física clássica.
Segundo revelou nesta quarta-feira (9) em comunicado o ESO, Observatório Austral Europeu, a descoberta foi feita por uma equipe de astrônomos que revia os dados recolhidos pelo telescópio VLT nos últimos 20 anos sobre a estrela S2, ou Source 2, localizada na constelação de Sagitarius, junto ao buraco negro supermaciço do centro da Via Láctea.
Ao comparar os dados orbitais observados com os princípios da física newtoniana, foi registrado um pequeno desvio “consistente com as previsões da relatividade geral“, proposta por Einstein e uma das descobertas mais importantes da ciência no século XX.
Segundo o ESO, é a primeira vez que se obtém uma medida da força dos efeitos relativistas gerais em estrelas orbitando um buraco negro supermaciço. Esse “leve” desvio é um dos “efeitos sutis” previstos pela Teoria da Relatividade Geral, um “resultado promissor” para novos trabalhos que o ESO realizará nos próximos meses.
O Observatório pretende agora continuar o estudo da S2 em 2018, altura em que a estrela se encontrará muito próxima do “nosso” buraco negro supermaciço. Para isso, será incorporado um novo instrumento que irá melhorar a precisão das medições.
A estrela S2 é monitorada desde 1995 por equipes de astrônomos do ESO, da UCLA e do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre como parte de um esforço para reunir dados sobre o buraco negro supermaciço no centro da nossa galáxia. Em 2008, foi observada pela primeira vez a sua órbita completa.
O buraco negro do centro da Via Láctea, o mais próximo da Terra, se encontra a cerca de 26 mil anos-luz da Terra, e tem uma massa quatro milhões de vezes maior que a do Sol.
Este “monstro” está cercado por um pequeno grupo de estrelas, entre as quais a S2, que o orbita a grande velocidade no forte campo gravitacional do buraco negro, um entorno perfeito, diz o ESO, para provar a física gravitacional e, particularmente, a Teoria da Relatividade – denominação dada ao conjunto de duas teorias científicas: a Relatividade Restrita, ou Especial (inicialmente postulada por Galileu), e a Relatividade Geral.
A Teoria da Relatividade Geral, publicada em 1915 por Albert Einstein, leva em consideração as ideias da Relatividade Restrita sobre o espaço e o tempo e propõe a generalização do princípio da relatividade do movimento para sistemas que incluam campos gravitacionais, surgindo a noção de espaço-tempo curvo.
Segundo a famosa teoria, o tempo e o espaço passaram a ser entidades relativas, isto é, dependem da velocidade e perspectiva de cada observador – o que permite que um passageiro caminhe em um trem que circula à velocidade da luz, sem que uma pessoa que o vê passar na estação se sobressalte com o excesso de velocidade do passageiro.
// ZAP
Creio que o título desta matérias está um tanto quanto equivocado.
Na verdade essa não é a PRIMEIRA observação da Teoria da Relatividade (Geral). Creio que caberia uma correção.