A polícia confirmou que 30 presos foram degolados no massacre que aconteceu numa penitenciária em Manaus no último domingo.
Ao todo, 56 pessoas morreram na rebelião no complexo penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no segundo maior episódio de violência em presídios brasileiros, atrás apenas do Massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 presos foram mortos pela polícia.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, até ontem a noite, a Polícia Civil já tinha identificado 39 corpos das vítimas do massacre no Compaj e três corpos de presos mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus. Os assassinatos no Puraquequara ocorreram na tarde de segunda-feira (2), horas após o fim da rebelião no Compaj.
As mortes ocorreram depois de um confronto entre o Primeiro Comando da Capital (PCC), com sede em São Paulo, e a Família do Norte (FDN), aliada ao Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, a FDN domina o tráfico de drogas e o interior das unidades prisionais do Amazonas.
O Departamento de Polícia Técnico-Científica do Amazonas (DPTC) informou que a identificação dos corpos ocorreu através de impressão digital, arcada dentária e de exames de DNA. A maioria dos corpos já reconhecidos está degolada.
Dos 39 corpos já identificados, apenas nove tinham sido liberados até o último balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública. Novas informações devem ser fornecidas até o início da tarde dessa quarta-feira (devido às diferenças de fuso e ao horário de verão, o Amazonas está duas horas atrás do horário oficial de Brasília).
Inicialmente, o Departamento de Polícia Técnico-Científica estimou que todo o processo de identificação dos pelo menos 60 mortos pode levar até um mês. Como o Instituto Médico-Legal de Manaus não dispõe das condições necessárias para preservar todos os corpos, o governo estadual anunciou a intenção de alugar um contêiner frigorífico.
Polícia prendeu 56 dos 184 foragidos
Além da identificação dos corpos, as autoridades brasileiras também se esforçam para recapturar presos que fugiram durante o motim.
Dos 184 presos que escaparam de unidades prisionais do Amazonas nos primeiros dias do ano, apenas 56 foram recapturados até a noite dessa terça-feira (3).
Segundo a secretaria estadual de Segurança Pública, as forças policiais do estado continuam as buscas pelos 128 foragidos. Barreiras foram montadas em várias regiões da capital, Manaus, nas rodovias estaduais e na BR-174, que liga a capital amazonense a Boa Vista (RR).
As fugas ocorreram entre domingo (1º) e segunda-feira (2). Cento e doze detentos escaparam do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) – unidade onde o confronto entre facções criminosas que disputam o controle das atividades ilícitas na região, sobretudo do narcotráfico. Outros 72 detentos fugiram do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat).
Ciberia // Agência Brasil