A Justiça da Guatemala expediu, nessa quarta-feira, mandado de prisão contra o presidente Otto Pérez, acusado de corrupção, a poucos dias das eleições gerais no país. O presidente apresentou a demissão do cargo.
“O mandado de prisão contra o presidente foi autorizado” pelo juiz Miguel Angel Galvez, encarregado do processo, anunciou a porta-voz do Ministério Público, Julia Barrera.
Na sequência da emissão do mandato de captura, o presidente Otto Pérez renunciou ao cargo.
Segundo foi divulgado em meios de informação locais, a carta de renúncia do presidente foi assinada às 19h locais, e enviada ao Congreso de la República, a assembleia legislativa do país.
O presidente conservador Otto Pérez, um general da reserva de 64 anos e no poder desde 2012, tinha perdido a imunidade por votação unânime no Parlamento, uma medida inédita na história da Guatemala e comemorada nas ruas.
O procurador da Guatemala tinha recomendado, no fim de agosto, ao presidente Otto Pérez que renunciasse devido às acusações de corrupção, a fim de preservar a estabilidade do país, onde tem ocorrido grandes protestos antigovernamentais.
O escândalo estourou em abril, quando a Comissão Internacional Contra a impunidade na Guatemala, entidade da Organização das Nações Unidas com a função de sanear o sistema judiciário, infiltrado pelo crime organizado, acusou um dos principais assessores da ex-vice-presidente Roxana Baldetti de envolvimento numa rede de contrabando e fraude tributária.
Baldetti deixou o cargo em 8 de maio.
O escândalo de corrupção tem desencadeado protestos na Guatemala que, no próximo dia 6, escolhe o sucessor de Otto Pérez. O presidente, cujo mandato termina em janeiro, não pode disputar novamente o cargo.