Segundo um novo estudo da Universidade Brigham Young, Universidade do Kansas e Universidade Vanderbilt, todas nos EUA, quanto mais os professores usam elogios ao invés de punições, mais os alunos se mantêm focados na aula e nas lições.
Essa taxa cresce proporcionalmente – quanto mais elogios, mais foco – e também leva a melhores comportamentos dos alunos em sala de aula.
Os pesquisadores não estão dizendo que os professores nunca devem fazer reprimendas; isso não seria realista. Existem momentos em que a autoridade na sala de aula precisa conter mau comportamento rapidamente.
No entanto, pesquisas anteriores já mostraram consistentemente que o elogio é a melhor estratégia que um professor pode usar tanto para reforçar quanto para reconhecer bom comportamento. Por outro lado, reprimendas costumam prever e até aumentar o mau comportamento.
O problema é que, apesar desses achados, as salas de aula não costumam ser lugar de elogios com frequência. Na verdade, estes tendem a diminuir bastante conforme os alunos ficam mais velhos, com os castigos aumentando.
Os educadores costumam sugerir uma taxa de 3 ou 4 elogios para cada reprimenda, embora esse número nunca tenha sido testado. O novo estudo resolveu fazer justamente isso.
Os pesquisadores decidiram contar cada elogio ou reprimenda feito pelos professores de 151 classes em 19 escolas americanas nos estados de Missouri, Tennessee e Utah, observando no total 2.536 estudantes entre 5 e 12 anos.
Metade estavam em salas de aula de controle, nas quais os professores podiam dar aula como tipicamente faziam. A outra metade teve que seguir um programa específico que fornece métodos alternativos para os professores liderem com o comportamento de seus alunos.
Neste programa, os professores primeiro ensinam aos alunos habilidades sociais através de repetições, discussões e dramatizações. Em seguida, formam equipes de alunos, elogiando os que seguem esses bons comportamentos sociais. Quando a equipe atinge uma meta predefinida, o professor não somente a elogia, como a recompensa.
No estudo, o elogio foi definido como “uma indicação verbal de aprovação” depois que um aluno se comportava adequadamente, em vez de apenas reconhecer uma resposta correta. Já a repreensão foi definida como uma “desaprovação verbal (incluindo uma ameaça ou uma censura)” a comportamentos inapropriados ou uma instrução de que o comportamento deveria parar.
Quando os cientistas analisaram todas as interações, descobriram que não havia uma taxa “certa” de elogio versus reprimenda. De fato, elogiar era melhor sempre – quanto mais elogios, mais cooperação e atenção o professor recebia.
No geral, os professores que elogiavam mais viram um aumento de até 30% no bom comportamento dos estudantes.
“Mesmo que os professores tenham elogiado tanto quanto repreendido, o comportamento dos alunos em tarefas atingiu 60%. No entanto, se os professores pudessem aumentar a proporção entre elogios e repreensões para 2:1 ou mais, veriam ainda mais melhorias na sala de aula”, disse o principal autor da pesquisa, Paul Caldarella, da Universidade Brigham Young.
Caldarella recomenda aos pais que procurem professores adeptos ao elogio para ensinar seus filhos. Se isso não for possível, uma opção é mostrar os resultados deste estudo para encorajar o professor atual a utilizar mais elogios do que punições em sala de aula.
“O comportamento reforçado tende a aumentar. Portanto, se os professores elogiam os alunos por um bom comportamento – como atender ao professor, pedir ajuda de maneira apropriada etc. – é lógico que esse comportamento aumentará e o aprendizado melhorará”, conclui o pesquisador.
// HypeScience