O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) “ludibriou os cidadãos brasileiros”. “Sobretudo seus eleitores, que o escolheram para o Senado e o confiaram mais de 51 milhões de votos nas eleições presidenciais [de 2014]”, afirmou o procurador, ao requisitar novas diligências contra o tucano.
Essas novas investigações foram requeridas na cota da denúncia – expediente por meio do qual, paralelamente ao oferecimento de acusação formal, a Procuradoria pede outras providências. Entre as novas medidas, a Procuradoria quer um inquérito específico para investigar Aécio por suposto crime de lavagem de dinheiro.
Aécio foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça.
A Operação Patmos, desencadeada no dia 18 de maio, pegou o senador, segundo a Procuradoria, extorquindo R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, acionista da JBS. Além de Aécio, a Procuradoria acusa sua irmã, Andréa Neves, um primo dele, Frederico Pacheco, o Fred, e um ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
“Os fatos perpetrados pelos denunciados, devidamente descritos na peça acusatória, possuem significância que transportam os limites da tolerabilidade, causando frustração à comunidade”, aponta Janot.
“Os crimes praticados na sorrelfa, valendo-se do mandato eletivo, possuem alto grau de reprovabilidade, causam comoção social, descrédito, além de serem capazes de produzir intranquilidade social e descrença da população, vítima mediata da prática criminosa de tal espécie”, conclui.
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