A mineradora Samarco deu um passo importante para poder retomar suas operações, que estão suspensas desde a tragédia da barragem de Fundão, que ocorreu em Mariana (MG) no dia 5 de novembro de 2015.
O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, concedeu a anuência para a utilização da cava de Alegria do Sul como depósito de rejeitos. A decisão do órgão é do dia 21 de novembro e foi noticiada hoje (2) pela empresa.
A cava de Alegria do Sul fica no município de Ouro Preto (MG). Ela pertence à Samarco, mas não tem conexão física com a área de barragens do Complexo de Germano, do qual fazia parte a barragem de Fundão.
Em nota, a mineradora considerou que esta é a melhor saída para garantir a retomada de suas atividades.
“A proposta leva em consideração a utilização de um espaço confinado. Entre os critérios para a escolha da cava de Alegria Sul estão também a capacidade de armazenamento e o tempo de execução das obras de preparação. Por ser uma área que já sofreu intervenções, haverá impacto mínimo ao meio ambiente”.
Para usar a cava de Alegria do Sul como depósito, a Samarco ainda precisará de autorização da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad). Nos dias 14 e 15 de dezembro, o órgão irá realizar audiências públicas em Ouro Preto e Mariana para discutir a questão.
Retomada
Considerado a maior tragédia ambiental do país, o rompimento da barragem de Fundão completou um ano no mês passado.
A lama de rejeitos que estava armazenada na estrutura da Samarco se dispersou devastando a vegetação nativa, poluindo a bacia do Rio Doce e deixando 19 mortos. Os distritos de Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira ficaram completamente destruídos.
Desde então, a Samarco não opera na região. No dia 18 de novembro, a Justiça aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) responsabilizando pelo episódio 22 pessoas e 4 empresas.