Não há nenhuma dúvida que ninguém nasce preconceituoso ou intolerante com o que é diferente. Infelizmente, somos ensinados a agir dessa maneira, às vezes, inconscientemente, já que muitas dessas atitudes estão enraizadas na cultura.
Mas o contrário também acontece. Empatia e abertura à diversidade são valores que podem, e precisam, ser ensinados. É claro que a escola não é o único espaço onde esses valores devem ser aprendidos. Esse é um trabalho de toda a sociedade.
No entanto, são louváveis iniciativas que trazem para a sala de aula esse desafio. Foi pensando nisso que a Secretaria de Educação de São Paulo decidiu incluir na grade curricular das escolas municipais as chamadas habilidades emocionais, que incluem criatividade, empatia e abertura à diversidade.
O novo currículo passa a valer a partir de 2018 e, segundo o secretário municipal da Educação, os professores da rede farão uma formação especial para o desafio. “Estamos muito seguros de que isso vai acontecer”, disse Alexandre Schneider ao jornal O Estado de S. Paulo.
O texto do novo currículo traz nove competências com características socioemocionais. Por exemplo, as competências “empatia e colaboração” mencionam que o estudante deve ser ensinado a “trabalhar em grupo, criar, pactuar e respeitar princípios de convivência, solucionar conflitos, desenvolver a tolerância à frustração e promover a cultura da paz”.
Cerca de 57 mil professores da rede foram consultados sobre o que consideravam importante incluir no novo currículo, mas apenas 16 mil responderam à consulta.
Entre os críticos do novo currículo, o presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, Claudio Fonseca, disse que a prefeitura precisa “ter cuidado para que o currículo não se torne um modismo, que não muda a escola”. E completou: “o currículo acontece no dia a dia, todos os profissionais precisam estar envolvidos”.
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