Stephen Hawking: raça de super-humanos vai acabar com a humanidade

lwpkommunikacio / Flickr

O físico britânico Stephen Hawking

Em um futuro próximo, os “ricos” serão capazes de modificar o DNA dos seus filhos para criarem uma raça superior de humanos capaz de destruir a humanidade, avisou o físico e cosmólogo britânico, Stephen Hawking, antes de fechar os olhos para sempre.

Stephen Hawking deixou um aviso antes de morrer: os avanços na engenharia genética vão levar à criação de uma raça de super-humanos, que acabará por destruir a humanidade.

“Acredito que durante o século, as pessoas vão descobrir como modificar a inteligência e os instintos, assim como a agressão. ​​​Serão  criadas leis contra a engenharia genética em humanos, mas algumas pessoas não serão capazes de resistir à tentação de melhorar as características humanas como a memória, a resistência a doenças e a longevidade da vida”, escreveu o físico e cosmólogo britânico em um conjunto de artigos e ensaios, revelados pelo Sunday Times.

Os trabalhos, publicados nesta terça-feira (16) no livro Brief Answers to the Big Questions, sustentam que as pessoas mais ricas vão conseguir editar o próprio DNA e o dos filhos com o objetivo de “criar super-humanos com uma memória aprimorada, resistência a doenças, inteligência e longevidade”. E isso tudo mais rápido do que pensamos.

Esses super-humanos serão uma autêntica ameaça à humanidade. Stephen Hawking avisa nos seus textos que quem não conseguir recorrer à alteração genética, irá sofrer com a raça modificada.

“Assim que os super-humanos aparecerem vão haver problemas políticos significativos com os humanos que não foram melhorados, que não serão capazes de competir”, escreveu o professor britânico. Presumivelmente, aposta o físico, os humanos comuns vão acabar “morrendo, ou deixando de ter importância“.

The Guardian destaca que as afirmações de Hawking são baseadas na técnica de edição genética CRISPR-Cas9, que permite cortar o genoma onde quiser para, posteriormente, repará-lo. A técnica tem gerado grande controvérsia entre a comunidade científica.

O hospital pediátrico londrino Great Ormond Street, no Reino Unido, por exemplo, já utilizou a técnica para tratar crianças com leucemia, um tratamento que já levantou alguma polêmica sobre se deveria ou não ser dada aos pais a possibilidade de fazer essas alterações genéticas.

Lord Rees, astrônomo e amigo próximo de Hawking, falou ao jornal britânico da existência de bancos de esperma na Califórnia que vendem esperma de “elite” (proveniente de vencedores de Prêmio Nobel, por exemplo) que tiveram de fechar por excesso de procura.

Mensagem póstuma alerta para ameaça da ciência

Stephen Hawking avisa ainda, em uma mensagem póstuma transmitida na segunda-feira (15) no lançamento do seu último livro, em Londres, que a ciência e a educação estão ameaçadas no mundo. A obra, que compila as últimas reflexões do cientista sobre o Universo, foi apresentada em Londres pelos filhos Lucy e Tim.

O físico teórico considerava que a educação e a ciência estavam “em perigo agora mais do que nunca”, mencionando a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e a saída do Reino Unido da União Europeia como parte de uma “revolta global contra especialistas, incluindo cientistas”.

Na mensagem, Hawking voltou a incitar os jovens “a olharem para as estrelas e não para os pés”, assumindo que a ciência ainda necessita superar grandes desafios, como as mudanças climáticas, a extinção de espécies, o desmatamento, a degradação dos oceanos e o excesso de população.

Nas palavras da filha Lucy, emocionada por escutar novamente a voz do pai, Brief Answers to the Big Questions resume-se a “um apelo à unidade e à humanidade” para “encontrar soluções” aos desafios do mundo.

Lucy Hawking contou que o pai, antes de morrer, se manifestava preocupado ao afirmar que “quando os desafios globais requerem uma maior união e cooperação” as pessoas assumem um pensamento “cada vez mais local, fragmentado e dividido”.

O livro, que foi concluído por colegas de Stephen Hawking e pela família, procura responder a questões como se existe Deus, como tudo começou, se é possível prever o futuro ou o que há dentro de um buraco negro.

Para o cosmólogo britânico, o mais importante era “responder às grandes perguntas de uma maneira acessível, divertida e relevante para todo o mundo”.

Tim Hawking, o filho mais novo, preferiu realçar um dos locais favoritos do físico, a sua faceta mais humana, a de que também se preocupava com os assuntos do dia a dia dos filhos.

Ciberia // ZAP

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