Você já ouviu falar dos tênis da Apple? Se disse não, está entre a maioria, porque a grande parte das pessoas, mesmo os fãs mais ardorosos da companhia, talvez sequer saibam que esses calçados tenham existido.
E, por isso mesmo, por serem tão raros e itens de colecionador, é que foram vendidos por nada menos do que US$ 9.687 — ou R$ 50,3 mil na conversão direta. A negociação aconteceu na semana passada, no site de leilões online Heritage Auctions.
Mas a Apple tentou mesmo criar uma linha de roupas e calçados? Não, na verdade essa incursão fashion aconteceu em um período de transição na Maçã. Todo bom conhecedor da história da companhia e de seu cofundador Steve Jobs sabe, o período entre meados dos anos 80 e o final dos anos 90 foi conturbado para a empresa, com a saída e a volta de Jobs, e uma série de investidas sem resultados financeiros.
E foi justamente nessa época que a Apple criou alguns itens para tornar a marca mais amigável, até mesmo internamente, como o caso desses tênis. O protótipo, produzido em 1986, tornou-se um mimo para os colaboradores e nunca foi comercializado para o público. Eis que um desses pares foi justamente o que chegou ao leilão da quarta-feira passada (25).
Os tênis da Apple não aparentam ter assim nada especial ou de grande inovação tecnológica, apenas seguem o padrão de conforto da época e trazem a logo nostálgica, com um apelo retrô irresistível — especialmente para os colecionadores.
Vale destacar que essa não é a primeira vez que calçados da Maçã foram parar nos leilões da Heritage Auctions. A Adidas chegou a criar dois protótipos de sua versão de um tênis da Maçã nos anos 90 e, em 2017, esses modelos foram listados para venda, a US$ 15 mil (quase R$ 78 mil na conversão direta). Especialistas avaliaram a possibilidade deles serem comprados por até US$ 36 mil (ou R$ 187 mil). Mas ninguém se interessou e ficou por isso mesmo.
“Memorabilia vintage” de Apple é sucesso em leilões
Itens antigos ligados à gigante de Cupertino costumam levantar muita grana de colecionadores em leilões online. Jerrold C. Manock, que ajudou a criar o Apple II, recentemente colocou à venda um contrato dessa máquina assinado por Steve Jobs — e abocanhou a “bagatela” de US$ 37.023 (R$ 192,3 mil na conversão direta).
Imagem: Reprodução/Heritage Auctions
Um Apple Power Book, que também leva a assinatura de Jobs, custou US$ 10.137 (R$ 52,7 mil). Um conjunto de quatro toalhas de praia com o logotipo da Maçã foi leiloado por US$ 477 (R$ 2,5 mil) e um relógio Apple ‘Think Different’ superou as estimativas ao gerar a oferta vencedora de US$ 1,1 mil (R$ 5,7 mil). Um Macintosh portátil de 1989 foi vendido por US$ 578 (R$ 3 mil) e uma carta escrita por Jobs, de 1992, custou U$ 12.246 (R$ 63,6 mil).
Mas nada supera a pequena fortuna obtida com uma dos pouquíssimos modelos existentes do Apple-1: o computador teve o martelo batido por US$ 366.969, ou R$ 1,9 milhão. Nunca um “cacareco” com uma maçãzinha gravada em sua peça valeu tanto na história da humanidade.
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