Um terço gigante, obra assinada pela artista portuguesa Joana Vasconcelos, foi inaugurado na terça-feira (2), no Santuário de Fátima (130km de Lisboa). No entanto, a obra está gerando polêmica do outro lado do Atlântico. Isto porque há outro terço de grandes dimensões do lado de cá, no Brasil, e há quem acuse a artista plástica portuguesa de plágio.
Intitulada “A Suspensão”, a obra de Joana Vasconcelos foi inaugurada à entrada da Igreja da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima, para as comemorações do Centenário das Aparições.
O terço gigante, feito de contas brancas, tem 26 metros, cerca de 500 quilos e será iluminado pela primeira vez no próximo dia 12 de maio quando o Papa Francisco chegar ao Santuário.
Mas a obra está sendo notícia também, pela sua semelhança com outro terço gigante que existe no Brasil e que foi exibido pela primeira vez em 1998, em Vila Velha, no estado de Espírito Santo.
Joana Vasconcelos recusa quaisquer comparações, notando ao jornal português Observador que “desconhecia” o terço brasileiro e que os dois exemplares “não têm nada a ver um com o outro”.
“Aquilo é um terço pequenérrimo feito de esferovite“, salienta a artista plástica.
“Eu, por exemplo, já fiz uma obra que é um sapato, mas vários outros artistas já representaram o sapato. Ou, por exemplo, um carro, que é uma figura já interpretada por vários artistas. Neste caso, é um terço e há vários artistas a representar terços”, destaca a artista.
Apesar das explicações da artista, as redes sociais ainda não pararam de falar da obra de Joana Vasconcelos e não necessariamente pelos melhores motivos.
Para Joana Vasconcelos, é evidente que seu terço é especial e único, devido à “integração no espaço” e porque “ilumina à noite, com uma luz fluorescente, que é típica das estátuas da Nossa Senhora em Portugal”, explica ao Observador.
Já em declarações a outro jornal português, o Público, a artista plástica nota que sua obra “não é uma coisa pendurada entre duas palmeiras”, em alusão ao terço gigante brasileiro que fica suspenso entre duas árvores junto ao Convento da Penha.
O terço brasileiro é feito de raiz todos os anos, sendo colocado naquele local na época da Festa de Nossa Senhora da Penha, conforme nota O Globo.
O objeto virou uma tradição na localidade brasileira desde 1998, quando o médico Osmar Sales teve a ideia de fabricá-lo pela primeira vez. Todos os anos, este médico e um grupo de voluntários fazem o terço e também financiam o projeto, contando ainda com doações.
Em 2017, o terço foi erguido ao lado do Convento da Penha em 15 de abril passado, sendo confeccionado por bolas de isopor recicladas, flores de EVA, seis mil pérolas e arames de ferro, com um peso de cerca de 30 quilos.
A obra de Joana Vasconcelos tem mais de 500 quilos e deverá ficar em Fátima a título permanente, tendo sido construída com resina de polietileno e iluminação LED.
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