A Marinha argentina teria omitido ao Ministério da Defesa oito chamadas realizadas pelo ARA San Juan no dia do seu desaparecimento.
ARA San Juan
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Segundo o jornal Clarín, antes do desaparecimento do submarino, houve 55 minutos de diálogo com a base militar. A suspeita é de que a Marinha argentina não tenha entregado a tempo a informação, considerada “primária e crucial”.
Esta é a avaliação divulgada por Oscar Aguad, ministro da Defesa. Segundo os registros da empresa de telecomunicações Tesacom, o ARA San Juan comunicou oito vezes antes de desaparecer. A chamada mais longa durou mais de 13 minutos e todas elas são datadas de 15 de novembro, o dia do desaparecimento do submarino.
A sede de Mar Del Plata, de onde zarpou o submarino, transmitiu os relatos à base de Purto Belgrano, mas nenhuma das duas equipes militares transmitiram a informação aos superiores. O almirante Marcelo Hipólito Srur só foi informado dois dias depois do último contato.
Segundo a GNI, autoridades são agora alvo de investigação por suposta negligência, dado que a Tesacom afirma ter enviado as informações, desde o início das buscas, à Marinha argentina.
Enrique Balbi, porta-voz da Marinha argentina, ressalvou que a entidade tinha informação das chamadas, confirmadas como os “primeiros contatos do comandante da unidade para informar acerca da falha, do curto circuito e do princípio de incêndio“.
O ministro da defesa explicou, em entrevista ao canal Todo Notícias, que o comandante do submarino já teria reportado, em viagem anterior, defeitos elétricos pela entrada de água nos sistemas do submarino. Ele pediu, inclusive, reformas em 2018. No entanto, autorizou a missão do ARA San Juan, afirmando estar “em perfeitas condições”.
O governo da Argentina afirmou, nesta segunda-feira (4), que suspeitava de corrupção no processo de reparo do submarino.
“Houve uma denúncia por corrupção que foi arquivada sem ser investigada e dava conta de algumas anomalias que existiam. O que pude comprovar é que tinha que ser consertado em dois anos e demorou cinco”, afirmou Aguad.
No início deste mês, a Marinha anunciou que a busca ia continuar, embora tenha descartado a possibilidade de resgatar os tripulantes, considerando não haver hipótese de terem sobrevivido.
O ministro explicou que o prazo de busca e resgate expirou, porque assim determinam as normas internacionais, e assumiu que todos os tripulantes morreram, ao recordar que “as condições do ambiente extremo” no fundo do mar durante tanto tempo são incompatíveis com a existência da vida humana.
Ciberia // ZAP