A Marinha da Argentina afirmou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (30) que as buscas por sobreviventes do submarino ARA San Juan, desaparecido desde 15 de novembro, estão encerradas.
ARA San Juan
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“Aumentamos as buscas para mais do que o dobro de dias que determinam as possibilidades de resgate da dotação tripulação. Apesar da magnitude dos esforços realizados, não foi possível localizar o submarino“, afirmou o porta-voz da Marinha da Argentina, Enrique Balbi.
A busca pela embarcação, entretanto, continuará, mas a busca por sobreviventes foi considerada encerrada.
Uma série de países, como Brasil, Rússia e Estados Unidos, se juntaram à Argentina nas buscas pelo submarino, mas até o momento não foi possível localizar a embarcação. Segundo a Marinha da Argentina, fazem parte da operação de busca 28 barcos de 18 países e 4 mil militares argentinos.
O ARA San Juan foi construído na Alemanha e partiu em 8 de novembro do porto de Ushuaia a caminho de Mar del Plata com uma tripulação de 44 pessoas. No mesmo dia de seu desaparecimento, uma provável explosão foi registrada na área próxima de onde o último contato foi feito.
Em sua última mensagem, a tripulação do ARA San Juan relatou a existência de um incêndio no sistema de baterias e a entrada de água. Segundo Enrique Balbi, à 0h30 no horário local do dia 15 de novembro houve a entrada de água no submarino por meio do snorkel – dispositivo que permite a vinda de ar da superfície quando ele está submerso – enquanto ele carregava suas baterias.
O líquido caiu sobre as baterias que se encontravam na área da proa, provocando uma falha elétrica e um princípio de incêndio, que consistiu em fumaça sem chamas. “Eles corrigiram isso, isolaram a bateria e navegaram com outro circuito. O submarino foi impulsionado com o circuito de popa”, explicou Balbi.
Após esse incidente, o submarino recebeu ordens de voltar à base, em Mar del Plata, afirmou Balbi. Mas nunca chegou. “É possível que tenha ocorrido um incêndio ou um arco elétrico (uma descarga) e isso ter causado uma explosão“, disse ele.
Depois dessa última comunicação, o resto é incerto. O último lugar onde se teve contato com o ARA San Juan fica próximo a um abismo com mais de 3 mil metros de profundidade.
Especialistas consultados pelos meios de comunicação argentinos estimam que, se por algum motivo o submarino perdeu propulsão e afundou nessa área, pode ter havido uma implosão por causa da força da pressão ocorrida quando se ultrapassa os 600 metros.
O San Juan encontrava-se a mais de 400 quilômetros da costa da Patagônia, no litoral da província de Chubut, quando estabeleceu contato pela última vez. O submarino estava no caminho de volta de Ushuaia, no sul da Argentina, para a base naval de Mar del Plata, a 400 quilômetros de Buenos Aires.
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