O Papa Francisco recebeu, esta segunda-feira (29), o primeiro-ministro do Canadá pela primeira vez, em um encontro onde foram abordados alguns dos assuntos tratados no encontro do G7, realizada em Taormina, na Itália, na semana passada.
O Papa Francisco e Justin Trudeau analisaram alguns dos resultados do encontro, onde estiveram reunidos os sete países mais industrializados do mundo, do qual o Canadá faz parte juntamente com a Alemanha, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
Em comunicado, a Santa Fé informou que o primeiro encontro entre o Sumo Pontífice e o premiê canadense, que durou 36 minutos, teve o Oriente Médio, o terrorismo e a liberdade religiosa na agenda. Os dois destacaram “as boas relações bilaterais entre a Santa Sé e o Canadá e a contribuição da Igreja Católica na vida social do país”.
No mesmo encontro, Trudeau aproveitou para fazer um apelo e pediu ao Papa Francisco para apresentar um pedido de desculpas pelo papel da Igreja Católica no sistema de ensino canadense, no qual muitas crianças indígenas foram abusadas durante décadas.
Os colégios internos foram fundados no século XIX e cerca de 150 mil crianças foram retiradas à força das suas famílias e lá colocadas sob o pretexto de que tinham que ser integradas na sociedade canadense. Muitas foram abusadas física e sexualmente.
“Disse a ele como é importante para o Canadá seguir em frente no processo de reconciliação com o povo indígena e destaquei como poderia ajudar se apresentasse um pedido de desculpas”, afirmou Trudeau aos jornalistas depois do encontro, citado pelo The Guardian.
O governante canadense disse ainda que convidou o Papa para fazer o pedido de desculpas no Canadá. No entanto, no comunicado emitido ontem pela Santa Fé, não há qualquer referência ao assunto.
Trudeau foi ao Vaticano acompanhado pela esposa, Sophie Trudeau, e depois do encontro com o Papa, se reuniu com o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, e com o secretário para as Relações com os Estados, Paul Richard Gallagher.
O governante de 45 anos chegou ao Vaticano depois de participar do encontro da Otan, em Bruxelas, do encontro do G7, em Taormina, e depois de uma visita ao município italiano de Amatrice, devastado pelos terramotos em agosto do ano passado.
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