As cataratas de Vitória, um dos principais pontos turísticos da África que fica na fronteira entre Zimbábue e Zâmbia, estão secando.
Consideradas como as maiores cataratas do mundo, as quedas de Victoria ficaram praticamente secas após a falta de chuvas na região, o que tem causado impactos graves na economia e na vida de países do sul do continente.
O rio Zambeze, que alimenta as cataratas de Vitória, é um dos mais importantes cursos d’água de África: ele nasce no norte da Zâmbia, passa por Angola, depois por Botsuana, entra no Zimbábue, volta ao território zambiano e segue para Moçambique, onde encontra o Oceano Índico.
Entretanto, com o aumento da temperatura média na região, o rio tem evaporado muito rapidamente e não consegue chegar a encher. O fenômeno das secas é relativamente comum, mas tem se intensificado gradativamente ao longo dos últimos anos.
“Os fluxos projetados para o futuro do Rio Zambeze mostram que haverá uma redução média de 5 a 10% nas águas do curso. Essa queda está relacionada a um aumento na taxa de evaporação e transpiração, que resultam de um aumento nas temperaturas médias da região”, afirma um report das Nações Unidas sobre mudanças climáticas.
O impacto para o turismo tanto na Zâmbia como no Zimbábue pode ser absurdo: as visitas a essas cataratas representam 61% dos turistas internacionais do primeiro país. Já o Zimbábue registrou uma queda de 34% nos viajantes do exterior desde o aumento das secas na região.
Se o único problema causado pela seca fosse o turismo, tudo estava relativamente certo. O problema é que, logo após as quedas de Vitória está a represa de Kariba, onde tanto o Zimbábue quanto Zambia possuem usinas hidrelétricas que sustentam praticamente toda a energia elétrica de ambos os países.
Além disso, a seca no rio Zambeze afeta drasticamente a segurança hídrica do Zimbábue, onde uma crise de falta d’água está próxima de estourar. “Isso pode gerar um problema para toda a região Austral da África. Além desse fator, temos que pensar que a redução dos níveis da represa de Kariba afetará toda a segurança hídrica do Zimbabwe”, afirma a ONU.
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