A FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) divulgou nesta terça-feira (10) resultados da Pesquisa de Tecnologia Bancária 2017, realizada pela consultoria Deloitte.
A grande novidade ficou por conta do mobile banking que pela primeira vez na história superou o internet banking. Isso significa que o aplicativo é o canal preferido dos brasileiros para acesso ao banco, enquanto a web fica em segundo lugar no favoritismo.
Os canais digitais seguem como principais meios de serviços bancários no Brasil, representando 57% do total.
No entanto, as movimentações financeiras (TED, DOC, pagamentos de boletos etc.) no aplicativo praticamente dobraram de 2015 para 2016, passando de 11,2 bilhões para 21,9 bilhões. Enquanto as transações com movimentações financeiras no site tiveram queda de 17,7 bilhões para 14,8 bilhões.
O número de TED e DOC efetuados pelo app aumentou, saindo de 60 milhões em 2015 para 505 milhões no ano passado. E o pagamento de contas pulou de 341 milhões para 468 milhões no mesmo período. Já as consultas de saldo chegaram a 17,5 bilhões no ano passado contra 7,3 bilhões no período anterior.
O estudo ainda revela que dos 239 milhões de clientes bancários no Brasil, 42 milhões possuem contas ativas no mobile banking. Destes, 9,5 milhões são chamados de heavy users, ou seja, mais de 80% das transações são feitas pelo aplicativo. Na web, 5,1 milhões são considerados usuários assíduos com mais de 80% das transações efetuados pelo site do banco.
“O que percebemos é que o cliente de mobile banking faz mais transações do que o de internet banking. A quantidade de movimentações está ligada à usabilidade e conveniência do aplicativo”, comentou Gustavo Fosse, diretor setorial de tecnologia e automação bancária da FEBRABAN.
Investimentos e novas tecnologias
A mudança, segundo o diretor, está forçando os bancos a investirem em tecnologias disruptivas para levar ao cliente a melhor experiência e usabilidade.
No entanto, o estudo revela que o investimento em software se manteve em R$ 2,9 bilhões entre 2015 e 2016 e apresentou queda se comparado com 2012, período em que bancos aplicaram R$ 4 bilhões na área.
O investimento em hardware também segue fluxo semelhante; ligeira queda entre 2015 e 2016, passando de R$ 2,2 bilhões para R$ 2 bilhões, e ficando abaixo dos R$ 3,9 bilhões aplicados em 2014.
“A grande mensagem aqui é que mesmo com a retração econômica do país, a indústria bancária brasileira sustenta investimentos em tecnologia, que ficaram em R$ 18,9 bilhões no total”, comentou Fosse.
“Os bancos estão investindo e estudando novas tecnologias. Eles estão de olho nas ferramentas disruptivas para se manter na vanguarda do mercado mundial”, acrescentou.
De acordo com a pesquisa, 47% dos bancos investem em Analytics, 24% em Computação Cognitiva e 65% em blockchain – sistema de registros que garante a segurança das operações realizadas por criptomoedas, as Bitcoins.
Outros dados apontam três prioridades para o mobile banking: melhoria das transações com movimentação financeira, customização pelo cliente e acessibilidade. Já as prioridades para o internet banking são customizados pelo cliente, acessibilidade e integração multicanal, ou, contato remoto como vídeo conferência ou chat.
“Um bom exemplo de inovação é a abertura de conta pelo aplicativo, assim como o depósito de cheque pelo mobile banking. Alguns bancos já oferecem este tipo de serviço e isso mostra que a indústria bancária está conseguindo viabilizar transações inimagináveis por meio de investimentos e estudos de novas tecnologias. As melhorias nestas áreas serão eternas e o objetivo é simplificar ao máximo a transação financeira no meio digital”, finalizou.
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