O Vaticano divulgou no sábado (17) a totalidade da carta do papa emérito Bento XVI sobre o papa Francisco, na sequência de críticas sobre a omissão de partes do texto e de uma manipulação digital com uma fotografia.
A parte da carta que não tinha sido divulgada explica o motivo pelo qual Bento XVI se recusou escrever um comentário em uma nova compilação de livros do Vaticano sobre a formação filosófica e teológica de Francisco, destinada a assinalar seu quinto aniversário de pontificado.
Bento XVI assinalou que os autores envolvidos no projeto emitiram fortes ataques “antipapais” contra o consulado do seu sucessor e disse estar “surpreendido” pela inclusão de um teólogo contestatário nos 11 volumes da “Teologia do Papa Francisco”. “Estou certo que podem entender por que recusei”, escreveu Joseph Ratzinger.
A carta, concluída no dia 7 de fevereiro, foi lida pelo perfeito da secretaria de Comunicação, Dario Vigano, durante a apresentação dos 11 livros escritos por vários autores e publicados pela Librería Vaticana.
De diversos setores, em particular do meio mais conservador, começaram a surgir críticas pelo fato de o Vaticano não ter publicado a totalidade da carta, e, sobretudo, que tivesse sido utilizada uma foto com os últimos parágrafos desfocados em uma tentativa de ocultar a totalidade do conteúdo.
No texto completo, surgem parágrafos em que o papa emérito exprime sua surpresa por surgir entre os autores da compilação o teólogo Peter Hunermann, que durante seu pontificado “se distinguiu por ter liderado iniciativas antipapais”.
Bento XVI assinala que o teólogo alemão também atacou a encíclica Veratis Splendor de João Paulo II e a “autoridade magistral do papa em particular sobre a teologia moral”, além de citar outros casos.
Ciberia, Lusa // ZAP